Acusado de prevaricação por Omar Aziz, ministro da CGU é ouvido na CPI da Covid

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ouve nesta terça-feira, 21, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário. A expectativa é de que ele fale aos senadores sobre o desvio de recursos liberados pela União para Estados e municípios e sobre a suposta omissão do órgão em negociações suspeitas do Ministério da Saúde durante a pandemia.

O ministro chega para depor em um momento de tensão. Na última terça-feira, 15, durante reunião da CPI, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), disse que Wagner Rosário “prevaricou”, pois teria deixado de tomar iniciativas diante de irregularidades nos contratos de vacinas.

“O que ele tem que explicar não é as operações que ele fez, é a omissão dele em relação ao governo federal. Tem que vir, mas não tem que vir para jogar para a torcida, não. Ele vai jogar aqui é no nosso campo. E Wagner Rosário, que tinha acesso a essas mensagens (sobre negociações de compra de vacinas pelo Ministério da Saúde) desde 27 de outubro de 2020, ele é um prevaricador”, disse Aziz.

O ministro da CGU usou o Twitter para responder ao presidente da CPI e acusou Aziz de cometer o crime de calúnia. “Senador Omar Aziz, calúnia é crime!!! A autoridade antecipar atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação também é crime!!! Aguardando ansiosamente sua convocação”, escreveu.

Na tréplica, pela mesma rede social, Aziz respondeu. “Prevaricação também é crime”.

O requerimento de convocação foi apresentado pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE) e aprovado em junho. Segundo o parlamentar, o órgão enviou à CPI dados sobre 53 operações especiais que apuram desvio de recursos por Estados e municípios. De acordo com Girão, o valor total dos contratos chega a R$ 1,6 bilhão.

“O prejuízo efetivo apurado até agora atingiu quase R$ 39,2 milhões, e o prejuízo potencial é de R$ 124,8 milhões. Assim, o prejuízo total pode alcançar R$ 164 milhões”, argumenta o requerimento.

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