Alemanha diz que não vê riscos de dose alternativa no lugar da AstraZeneca
“Ninguém espera, de uma perspectiva imunológica, que haja uma desvantagem em receber uma segunda dose de outra vacina”, disse Marianne Röbl-Mathieu, membro do comitê de vacinação. Estudos envolvendo a mistura de doses de vacina estão em andamento.
Caso uma segunda dose se mostre ineficiente, uma terceira dose pode ser eficaz, acrescentou Röbl-Mathieu. Christian Bogdan, também membro do comitê, disse não ter visto nenhuma evidência ligando outras vacinas aos raros distúrbios de coagulação do sangue.
Hoje, a vice-porta-voz do governo, Ulrike Demmer, afirmou que “todos os pedidos por um lockdown curto e uniforme estão corretos”, acrescentando que a Alemanha está vendo um número crescente de pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI). “Precisamos de uma incidência estável abaixo de 100”, disse ela, referindo-se ao número de casos ao longo de sete dias por 100 mil habitantes. Segundo o Instituto Robert Koch para doenças infecciosas (RKI), a taxa está atualmente em 110,1.
Dada a situação, a expectativa é que as medidas de bloqueio sejam estendidas bem além de 18 de abril e até que a implantação da vacina acelere nas próximas semanas. Na última atualização desta quarta-feira, 7, a Alemanha relatou 9.677 novos casos e 298 mortes por covid-19 em 24h.
Sobre a AstraZeneca, a Suécia afirmou que os benefícios do imunizante superam os riscos. Em março, o país havia interrompido o uso da vacina da farmacêutica britânica, após relatos de coágulos sanguíneos raros. No entanto, logo após, a Suécia retomou a aplicação para pessoas com mais de 65 anos.
“Defendemos esta conclusão de que os benefícios superam os riscos”, disse Ulla Wandel Liminga, da Agência de Produtos Médicos, em entrevista coletiva.
Enquanto isso, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que não espera mudar os planos do governo para relaxar as restrições da covid-19, já que os reguladores de saúde recomendaram que pessoas com menos de 30 anos não recebessem a vacina AstraZeneca. “Não acho que nada do que vi me leve a supor que teremos de mudar o roteiro ou nos desviar dele de alguma forma”, disse Johnson.
Um estudo entre a China e a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a covid-19 ainda não forneceu respostas confiáveis sobre como a pandemia começou, e investigações mais rigorosas são necessárias, com ou sem o envolvimento de Pequim, afirmou um grupo de cientistas e pesquisadores internacionais.
Em uma carta aberta, 24 cientistas e pesquisadores da Europa, Estados Unidos, Austrália e Japão disseram que o estudo foi contaminado pela política. “O ponto de partida foi: vamos ter o máximo de compromisso necessário para obter o mínimo de cooperação da China”, declara o documento.
O estudo conjunto, divulgado na semana passada, mostrou que a rota de transmissão mais provável para o vírus da covid-19 envolve morcegos e outros animais selvagens na China e no sudeste da Ásia. Segundo a análise, a hipótese de vazamento de laboratório é “extremamente improvável”, afirmando que não havia “nenhum registro” de que algum laboratório tivesse mantido vírus relacionado à covid-19.
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