Aliado de Pacheco diz ter sido procurado para ser líder do governo no Senado

O diretor de Assuntos Jurídicos do Senado, Alexandre Silveira (PSD-MG), afirmou ter sido procurado por ministros para assumir a vaga de líder do governo na Casa. Por ser suplente do senador Antonio Anastasia (PSD-MG), que foi escolhido como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Silveira entrará como titular a partir de fevereiro. Ex-deputado, ele é aliado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tem buscado se distanciar do governo. Silveira declarou que não houve convite formal por parte do presidente Jair Bolsonaro. Admitiu, porém, que o assunto foi tratado com auxiliares diretos do chefe do Executivo.

“Não recebi convite, apesar de ter recebido telefonemas de diversos ministros de Estado dizendo que eu poderia contribuir muito para o País, se isso acontecesse”, disse o ex-deputado ao Estadão. “Isso é uma coisa muito pessoal do presidente. Com certeza, convidará alguém que, mesmo às vezes não afinado com todas as pautas, tenha condição de contribuir com o País nas pautas do Congresso.”

A liderança do governo no Senado ficou vaga em dezembro, logo após a eleição que definiu Anastasia como ministro do TCU. O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que também disputou a cadeira no tribunal, renunciou ao cargo de líder de Bolsonaro depois de ter somente sete votos e perder a indicação. Com um cargo que faz parte da estrutura da presidência do Senado, Silveira é muito próximo de Pacheco, que comanda a Casa. Ele também tem auxiliado o presidente do Senado no atendimento de demandas de prefeitos mineiros.

Cotado para exercer a liderança do governo Bolsonaro, o ex-deputado já foi diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em 2004, nomeado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele também foi secretário de Gestão Metropolitana e de Saúde quando Anastasia era governador de Minas. Atualmente, Silveira é presidente do PSD de Minas e secretário-geral do partido.

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, tem criticado Bolsonaro e dito que ele corre o risco de ficar fora do segundo turno da eleição presidencial. Silveira nega qualquer contradição caso assuma a liderança do governo e diz que assuntos eleitorais devem ficar afastados das pautas legislativas.

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