Apesar do período chuvoso, estação não tem indicativo para tal condição

A previsão da primavera ser mais chuvosa em 2022 em relação a estação no passado parece estar se confirmando. Até o começo da tarde de quinta-feira (6), conforme a Estação Meteorológica do Colégio Agrícola Estadual de Toledo, já havia chovido 37,8 mm. O índice já tinha alcançado o previsto para toda a quinta-feira. Nesta sexta-feira (7), a previsão é de sol, porém as chuvas devem retornar neste domingo (9) e seguem até a próxima terça-feira (11) e novamente com bons volumes.

Até o começo da tarde de ontem, os maiores volumes de chuva registrados até o momento estão sobre as regiões de Palmas (68,4 mm), Clevelândia (67,8 mm), São Miguel do Iguaçu (63,6 mm), Foz do Iguaçu (62,2 mm), Campo Mourão (54,4 mm), Pinhão (55,2 mm), Francisco Beltrão (55,6 mm), Santa Helena (51,6 mm) e Laranjeiras do Sul (51,4 mm).

A primavera no Hemisfério Sul começou no dia 22 de setembro e segue até às 18h48 do dia 21 de dezembro. Na região Sul podem ocorrer episódios de Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM), que provocam chuvas fortes, rajadas de vento, descargas atmosféricas e eventual granizo.

Com o crescente aumento das chuvas em grande parte do Brasil, nesta época do ano, também iniciou o plantio das principais culturas de verão. As chuvas acima da média tendem a normalizar o ritmo dos trabalhos e evitar que grandes atrasos nas lavouras de soja prejudiquem, posteriormente, a safrinha de milho, como aconteceu no ciclo 2020/21.

PERSPECTIVA – De acordo com o professor de Agrometeorologia da PUC-PR, campus Toledo, Alexandre Luis Müller, a estação anterior (inverno) iniciou mais seco no final de junho e ainda em meados de julho. “Foi um período mais seco e com poucas chuvas. Porém, a partir de agosto, as chuvas passaram a ser mais frequentes e se tornou uma situação diferente, do que é o esperado par o inverno”.

Os dados da Estação Meteorológica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), campus Toledo, mostraram que o acumulado ficou em 370 mm para os três meses de inverno. “Esse dado representa uma média de 120 mm por mês. Desta maneira, a quantidade de chuva se manteve regular e dentro do que é esperado para o inverno. A estação registrou um período inicial mais seco e mais chuvoso no final. Essa situação demonstrou irregularidade na distribuição”, menciona Müller.

As características do inverno citadas pelo professor prejudicaram o desenvolvimento da lavoura de trigo. Ele justifica a falta de chuva no começo da estação. “Prejudicou, principalmente, no enchimento do grão. Por sua vez, para a colheita de milho, a condição climática foi favorável, pois o grão estava em um período de secagem. Porém, a chuva interferiu na qualidade do grão”, pondera o professor.

INDICATIVO – Apesar do período inicial chuvoso da primavera, Müller salienta que não existe o indicativo se a estação, realmente, terá excesso de chuva. O professor recorda que o produtor teve que parar o plantio no ano passado. “O mês de setembro do ano passado não foi chuvoso em comparação ao de 2022. Porém, em outubro de 2021 choveu bastante; depois tivemos todo o período de seca e com temperaturas altas. Isso ocasionou a perda de produtividade na região Sul do Brasil como um todo, uma das maiores perdas de safra que já teve na história”.

O professor enfatiza que esse começo da primavera não é um indicativo que a estação será chuvosa. “Historicamente, o mês de outubro é o mais chuvoso. O esperado é que tenhamos um volume maior de chuvas que no inverno, mas de novo não dá para afirmar que isso vai acontecer, porque estamos em um período da La Ninã”.

Conforme Müller, as chuvas na região Sul do Brasil são marcadas por irregularidades. “Essa é a característica do fenômeno do período verão. Ainda tem muita ‘coisa’ para acontecer e não podemos tomar a conclusão que teremos uma safra menor, porque estamos no começo”.

As chuvas para o começo do plantio são favoráveis. “Os produtores estão contentes. Nos próximas dias, a temperatura vai voltar a subir e começa a melhorar o desenvolvimento das plantas principalmente de emergência do solo”.

Da Redação

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