Apoiadores de Trump e líderes republicanos ameaçam a democracia, diz Liz Cheney
Em uma aparição noturna repentinamente anunciada, Cheney discursou para uma Câmara quase vazia. Em quatro minutos, afirmou não ter intenção de recuar em sua batalha contra o ex-presidente, mesmo que isso comprometa sua outrora promissora carreira política. “Permanecer em silêncio e ignorar a mentira encoraja o mentiroso”, disse ela, acrescentando: “não vou sentar e assistir em silêncio enquanto outros conduzem nosso partido por um caminho que abandona o Estado de Direito e se junta à cruzada do ex-presidente para minar nossa democracia.”
Nesta quarta-feira, 12, os deputados do Partido Republicano devem destituir Liz Cheney, que atualmente preside a Conferência Republicana na Câmara dos Deputados, de seu cargo. Esta é a terceira cadeira mais importante da bancada.
Cheney enfrenta a ameaça de ser demitida há meses, desde quando rejeitou publicamente a falsa alegação de Trump de que as eleições de novembro do ano passado foram fraudadas. Ela também responsabilizou publicamente e insistentemente o ex-presidente por incitar apoiadores que invadiram o Capitólio em 6 de janeiro, em um ataque que resultou em cinco mortes, mesmo quando outros republicanos tentaram minimizar o ataque.
A postura irritou muitos republicanos que dizem que, como a terceira líder do partido na Câmara, ela deveria se concentrar em mensagens que ajudariam o partido a ganhar o controle da Câmara nas eleições do próximo ano, e não nas divisões internas sobre o ex-presidente. Cheney deve ser substituída pela deputada Elise Stefanik, conhecida por sua lealdade à Trump.
“Milhões de americanos foram enganados pelo ex-presidente”, disse Cheney. “Eles ouviram apenas suas palavras, mas não a verdade enquanto ele continua a minar nosso processo democrático, semeando dúvidas sobre se a democracia realmente funciona.”
Cheney é filha do ex-vice-presidente Dick Cheney. Por sua carreira, é considerada uma figura conservadora da “velha escola” do Partido Republicano. Cheney criticou Trump algumas vezes durante sua presidência, mas o relacionamento piorou após ela se tornar uma dos dez republicanos da Câmara que votaram a favor do processo de impeachment de Trump pela invasão do Capitólio. Fonte: Associated Press.
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