Após morte de ativista em Kiev, Ucrânia promete proteção a exilados de Belarus
Vitali Shishov, que dirigia uma organização de auxílio a refugiados belarussos na Ucrânia, foi encontrado morto na terça-feira, 3. Shishov, conhecido opositor do governo de seu país, desapareceu na segunda-feira após sair para o trabalho pela manhã, segundo seus colegas, que acusam as autoridades belarussas de matá-lo. A polícia de Kiev disse que Shishov foi encontrado enforcado em um parque e que a investigação considera a possibilidade de a morte ter sido um “assassinato mascarado de suicídio”.
De acordo com um comunicado da Presidência ucraniana, as autoridades elaboraram “uma lista de belarussos” alvos de perseguição por suas posições políticas e oferecerão proteções adicionais. “Qualquer belarusso que possa se converter em alvo de criminosos por sua posição política pública deve receber proteção especial”, disse Zelenski.
O comunicado, contudo, não dá detalhes de qual serão essas medidas de segurança extras.
O assassinato de Shishov ocorre em um momento em que a repressão a opositores de Aleksander Lukashenko – líder autoritário que está no poder desde 1994 – se intensifica. Desde a última eleição presidencial, pleito controverso e com sérios indícios de fraude, Lukashenko prendeu milhares de integrantes da oposição que protestaram contra o resultado.
Os últimos acontecimentos indicam que “o último ditador da Europa” está ampliando sua repressão para além da fronteira. Em maio, Lukashenko forçou a aterrissagem de um avião de passageiros com um ativista belarrusso exilado a bordo e mandou prendê-lo. No domingo, uma velocista olímpica do país buscou proteção em um aeroporto de Tóquio enquanto autoridades tentavam mandá-la para casa à força. Ela disse temer por sua segurança depois de criticar seus treinadores e o comitê olímpico nacional do país.
Em março, Belarus pediu a extradição de Svetlana Tikhanovskaya, principal líder da oposição e candidata à Presidência de Belarus no último pleito, à Lituânia, afirmando que ela deve ser processada por crimes contra a ordem pública e a segurança. O pedido foi negado, e Tikhanovskaya segue denunciando violações de direitos humanos e medidas antidemocráticas do governo Lukashenko.
A opositora se manifestou sobre a morte de Shishov: “É preocupante que aqueles que fugiram de Belarus ainda não estejam seguros”, escreveu em sua conta no Twitter. Em outra mensagem na rede social, Tikhanovskaya disse estar em contato com o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia sobre a morte de Shishov e o caso da atleta olímpica, e agradeceu às autoridades do país pelo suporte nos dois casos. (Com agências internacionais)
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