Argélia rompe relações diplomáticas com Marrocos
“Os serviços de segurança e propaganda marroquinos estão travando uma guerra contra a Argélia, seu povo e seus líderes, espalhando rumores e informações maliciosas e inflamatórias”, disse o chanceler argelino, Ramtane Lamamra.
A chancelaria do Marrocos lamentou o que chamou de decisão completamente injustificável e rechaçou os pretextos que foram apresentados. No fim de julho, o rei Mohamed VI, do Marrocos, havia convidado o presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, a trabalhar para o desenvolvimento das relações entre os dois países.
Argélia e Marrocos, rivais que lutam para impor sua influência na região do Sahel e na África Ocidental, colecionam tensões em suas relações desde que os argelinos conquistaram a independência da França, em 1962. A diplomacia entre eles sofreu um revés nos últimos meses, especialmente em função da espinhosa questão do Saara Ocidental.
A normalização das relações diplomáticas entre Marrocos e Israel – em troca do reconhecimento pelos EUA da soberania marroquina sobre o Saara Ocidental – alimentou as tensões com Argel, que denunciou manobras estrangeiras para desestabilizar a região.
“A provocação marroquina atingiu seu clímax quando um delegado marroquino na ONU pediu a independência do povo da região de Cabília”, acrescentou Lamamra. Essa é uma linha vermelha para Argel, que se opõe totalmente a quaisquer aspirações de independência na Cabília, uma região berbere no nordeste da Argélia.
As relações diplomáticas entre os dois países foram interrompidas pela primeira vez em 7 de março de 1976 por Rabat, após o reconhecimento, pela Argélia, da República Árabe Sarauí Democrática (RASD), autoproclamada pelos independentistas da Frente Polisário, no Saara Ocidental. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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