Avanço da covid ameaça serviços essenciais nos Estados Unidos

A atual explosão de infecções por coronavírus alimentadas pela variante Ômicron nos Estados Unidos tem causado um colapso nos serviços básicos, em uma demonstração clara de que a covid-19 continua alterando a vida mesmo após dois anos de pandemia. Na sextafeira, o país registrou 894.490 contaminações chegando a 59,4 milhões de infecções, com 835 mil mortes.

“Isso realmente lembra a todos o começo da pandemia, quando houve grande ruptura em todas as partes de nossa vida”, disse Tom Cotter, diretor do Project HOPE – uma organização internacional de assistência médica fundada nos Estados Unidos em 1958. “A triste realidade é que não há como prever o que acontecerá a seguir até que aumentemos os números da vacinação em todo o mundo.”

Socorristas, hospitais, escolas e repartições públicas têm conseguido manter ainda que de forma precária o trabalho, mas ninguém sabe por quanto tempo.

HOSPITAIS.

No Condado de Johnson, no Kansas, paramédicos trabalham 80 horas por semana. As ambulâncias frequentemente são forçadas a alterar o trajeto quando são avisadas que a unidade está lotada, o que confunde os parentes, que já rumavam para determinado local. Quando os veículos chegam ao novo destino, pacientes que deveriam ir direto para a emergência acabam em salas de espera porque não há leitos.

Steve Stites, diretor médico do Hospital da Universidade de Kansas, disse que instalações médicas foram atingidas por um “golpe duplo”. O número de pacientes com covid19 na sua unidade aumentou de 40, em 1.º de dezembro, para 139 na sexta-feira, 7. Ao mesmo tempo, mais de 900 funcionários adoeceram ou aguardam os resultados dos exames – 7% dos 13,5 mil trabalhadores do hospital.

“A minha esperança, e vamos cruzar os dedos, é que à medida em que se atinge o pico de casos, haja a mesma queda rápida que vimos na África do Sul”, disse Stites. “Mas nós não sabemos disso. É apenas uma hipótese.”

SEGURANÇA.

Os exemplos se espalham pelos EUA. Em Los Angeles, pelo menos 800 policiais e bombeiros foram afastados por causa do vírus na quinta-feira, 6, o que tem atrasado o atendimento de ocorrências.

Na cidade de Nova York, autoridades tiveram de reduzir a coleta de lixo e alterar a circulação do metrô por causa de uma debandada de pessoal alimentada pelo vírus.

A Autoridade de Transporte Metropolitano disse que cerca de um quinto dos operadores e condutores de metrô (por volta de 1,3 mil trabalhadores) não apareceram no serviço nos últimos dias. Quase um quarto dos funcionários do Departamento de Saneamento da cidade também estava doente na quinta-feira, disse o responsável pelo setor, Edward Grayson. “Está todo mundo trabalhando 24 horas por dia”, disse Grayson.

EDUCAÇÃO.

Enquanto isso, escolas de todo o país tentam manter o ensino presencial, apesar das faltas maciças de professores. Em Chicago, um impasse entre o direção de ensino e o sindicato dos professores sobre o retorno do ensino presencial e os protocolos de segurança para mantê-las levou ao cancelamento das aulas nos últimos três dias da semana passada. Em San Francisco, quase 900 profissionais de educação foram afastados na quinta-feira, 6.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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