Bactericidas e bacteriostáticos: a descoberta que revolucionou a história da medicina

Os antibióticos são substâncias de origem natural ou sintética que atuam de forma a inibirem o crescimento ou desencadeando a morte de microrganismos e são aplicados nos tratamentos de doenças causadas por bactérias. Eles são conhecidos como bactericidas quando causam a morte das bactérias; já quando inibem o crescimento são chamados de bacteriostáticos.

“O primeiro antibiótico descoberto foi a penicilina, que teve sua ação conhecida por acaso durante os estudos de Alexander Fleming, em 1928”, cita o coordenador do Núcleo da Saúde da Unipar de Toledo, o farmacêutico, Douglas Rossi Jesus. “O pesquisador esqueceu uma cultura de Staphylococcus aureus sobre a mesa e partiu para suas férias. Ao voltar, as placas com a cultura estavam cheias de mofo e ele pôde observar a presença de um halo transparente em volta do fungo. Fleming então relacionou o halo a uma possível morte das bactérias, percebendo, assim, que aquele fungo era capaz de matá-las. O fungo identificado como Penicillium deu o nome ao antibiótico penicilina”.

A descoberta do antibiótico, segundo o farmacêutico, revolucionou a história da medicina, pois anteriormente muitas pessoas morriam em decorrência de diversos tipos de infecções. Porém, ele alerta que seu uso excessivo pode causar algumas complicações no organismo.

Dentre as formas farmacêuticas que os antibióticos podem se apresentar, o coordenador pontua que existem as formas sólidas (comprimidos e cápsulas) geralmente prescrito para adultos e as líquidas (suspenções) na maioria das vezes prescrito para crianças. “Porém podemos ainda encontrar antibióticos como injetáveis, cremes, pomadas, géis, gotas. O que distingue a apresentação do medicamento é para qual finalidade o mesmo foi prescrito e características específicas dos pacientes que irão fazer uso do mesmo”, exemplifica.

COMERCIALIZAÇÃO CONTROLADA – Douglas comenta que no Brasil, a restrição à venda dos antibióticos foi uma medida tomada em função do aparecimento recente de bactérias super-resistentes a eles, bem como do processo de seleção bacteriana que acontece faz décadas. “A partir de então se tornou mais rígida a compra desses medicamentos e os médicos por sua vez, passaram a ser mais criteriosos para prescrevê-los. Essa medida entrou em vigor com a Resolução RDC 44, de 26 de outubro de 2010, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Tal controle é primordial para que se tenha cada vez mais a redução de novas bactérias super-resistentes, visto que o principal fator para o surgimento de tais bactérias é o uso indiscriminado de antibióticos”, explica.

EFEITOS COLATERAIS – Os antibióticos, de acordo com o farmacêutico, podem comumente apresentar efeitos colaterais que incluem desconforto estomacal, diarreia, em mulheres, infecções vaginais por leveduras, entre outros. Alguns efeitos colaterais são mais graves e, dependendo do antibiótico, podem alterar o funcionamento dos rins, do fígado, da medula óssea e de outros órgãos. Às vezes, são realizados exames de sangue para determinar se esses órgãos foram afetados.

Os antibióticos também podem causar reações alérgicas. “As reações alérgicas leves podem consistir no aparecimento de uma erupção cutânea pruriginosa ou respiração sibilante discreta. As reações alérgicas graves (anafilaxia) podem apresentar risco à vida e geralmente incluem sintomas como edema da glote, dificuldade em respirar e diminuição da pressão arterial.

“Se um antibiótico foi utilizado por um amigo que apresentava sintomas semelhantes aos que você apresenta, isso não quer dizer que o medicamento terá o mesmo efeito em você; obedeça rigorosamente aos horários de ingestão dos antibióticos; obedeça à dosagem recomendada pelos médicos e dentistas. Doses maiores não garantem um cura mais rápida; ao se sentir melhor, não interrompa o tratamento. A ingestão do antibiótico deve durar o tempo determinado pelo médico ou dentista, mesmo que os sintomas já tenham acabado. Esse ponto é extremamente importante, pois, ao interromper o tratamento, o paciente deixa vivas as bactérias mais resistentes, contribuindo para selecionar essas cepas. Além disso, não faça uso simultâneo de bebidas alcoólicas e antibióticos. Alguns desses medicamentos, tais como o metronidazol e o tinidazol, podem causar vômitos, náusea, dores de cabeça e até a morte caso sejam utilizados juntamente ao álcool e não utilize antibióticos ou qualquer outro medicamento que esteja com a data de validade vencida. Doenças virais não são curadas com o uso de antibióticos, sendo assim, esse medicamento não é recomendado para gripe, por exemplo”, conclui.

Da Redação

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