Biden diz a Macron que seu governo foi ‘desajeitado’ ao negociar submarino
Os dois líderes se encontraram hoje, pela primeira vez desde o início da disputa, na embaixada da França no Vaticano. “O que fizemos foi desajeitado. Não foi feito com muita graça”, disse Biden sentado ao lado de Macron. “Tive a impressão de que a França já havia sido informada muito antes de que o negócio não estava sendo concretizado. Juro por Deus”. A reunião aconteceu um dia antes de os líderes do das 20 maiores economias se reunirem em Roma no fim de semana.
Uma declaração conjunta dos líderes, divulgada após a reunião, afirmou a força da relação EUA-França e delineou uma série de entendimentos que foram buscados por Paris, incluindo maior colaboração em assuntos relacionados à Ásia, aumento do envolvimento no contraterrorismo dos EUA na região do Sahel na África, e maior diálogo sobre a questão da defesa futura e venda de armas.
Na declaração, os EUA ofereceram apoio à visão de Macron de autonomia estratégica, na qual a União Europeia construiria sua própria capacidade de defesa e dependeria menos do apoio americano, a maior potência militar do mundo. A ideia de Macron é controversa na Europa, e os EUA historicamente são céticos em relação às iniciativas de defesa europeias que seriam independentes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
O objetivo do encontro era aliviar as tensões após uma das disputas mais acirradas em mais de 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países. Os EUA, Reino Unido e Austrália anunciaram no mês passado um pacto de segurança pelo qual a Austrália receberia a cobiçada tecnologia de propulsão nuclear submarina O negócio fez com que Paris perdesse um contrato de US$ 65 bilhões para fornecer submarinos à Austrália.
O ministro das Relações Exteriores da França chamou o acordo de “uma facada nas costas”. As autoridades francesas dizem que não foram informadas sobre o pacto de segurança antes que as histórias vazassem na mídia australiana no dia em que o pacto foi anunciado. O episódio levou a França a chamar de volta seu embaixador em Washington por 12 dias.
O contrato cancelado do submarino criou problemas políticos para Macron em seu país. Seis meses antes da eleição presidencial francesa, os prováveis oponentes de Macron atacaram seu governo por ter sido pego de surpresa pelo novo pacto de segurança. Vários instaram a França a deixar o comando militar da OTAN e resistir aos planos dos EUA de reunir as principais democracias do mundo contra a China. Biden está organizando uma reunião de nações democráticas em dezembro. Fonte: Dow Jones Newswires.
Comentários estão fechados.