Biden: pacote de infraestrutura vai reduzir gargalos nas cadeias de produção
“Meu acordo bipartidário de infraestrutura vai modernizar nossos portos, aeroportos e ferrovias – tornando mais fácil para as empresas colocar os produtos no mercado mais rapidamente e reduzir os gargalos das cadeias de abastecimento agora e nas próximas décadas”, escreveu o democrata no Twitter.
Neste sábado, 6, em coletiva de imprensa, Biden já havia dito que os investimentos na infraestrutura do país reduziriam as pressões inflacionárias. De acordo com ele, os gastos previstos no projeto são “fiscalmente responsáveis” e não vão aumentar o déficit público americano, uma vez que a compensação deve vir do aumento de impostos à parcela mais rica da população.
O pacote de infraestrutura, que prevê cerca de US$ 1 trilhão em gastos com obras públicas, foi aprovado na Câmara dos Representantes na noite desta sexta-feira, 5, após meses de impasse político no Congresso. Foram 228 votos a favor e 206 contra. O projeto de lei, que é bipartidário porque conta com apoio de alguns republicanos, havia passado em agosto no Senado, mas travou na Câmara devido a divergências dentro do próprio Partido Democrata.
A chamada ala “progressista” da legenda, que reúne parlamentares de esquerda, relutava em apoiar o pacote enquanto não houvesse garantia de que outra legislação, mais ampla e com foco em benefícios sociais e ações de combate à mudança climática, também seria aprovada. Como não houve acordo para colocar esse segundo pacote em votação, seis deputados do partido de Biden votaram contra o projeto de infraestrutura, mas a aprovação foi garantida pelo apoio de 13 oposicionistas.
GARGALOS DE OFERTA
Os gargalos de oferta na economia global têm preocupado a Casa Branca. Em 13 de outubro, Biden anunciou que o porto de Los Angeles, um dois maiores do país, passaria a operar 24 horas por dia para acelerar o transporte marítimo. Esses problemas de logística têm reduzido o ritmo da entrega de mercadorias, o que prejudica a produção. Como a demanda está em alta, esse descompasso gera pressões inflacionárias.
O chefe da Casa Branca também disse na ocasião que era preciso realizar investimentos para que mais produtos fossem produzidos internamente nos EUA. “O fortalecimento da nossa cadeia de suprimentos continuará sendo o foco da minha equipe”, afirmou.
No ano passado, em reação às quarentenas impostas para conter a pandemia, muitas indústrias reduziram ou paralisaram a produção. Agora, com o avanço da vacinação contra a covid-19 permitindo a reabertura das economias no mundo, a demanda tem se recuperado rapidamente, sem que a oferta consiga acompanhar o ritmo, já que a reativação da cadeia produtiva é lenta.
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