Bolsonaro causa aglomeração em Brasília e volta a defender ‘voto auditável’
“Esse passeio hoje aqui, com toda certeza, havendo convite, iremos para São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. É uma demonstração não política, uma demonstração de amor à Pátria, demonstração de todos aqueles que querem paz, tranquilidade, e liberdade acima de tudo. Pode ter certeza, nosso exército são vocês, o que vocês determinarem, nós faremos”, disse o presidente.
Bolsonaro passeou de moto por cerca de uma hora e meia pelas ruas da capital neste domingo. Não foi possível contar os participantes, mas eram centenas de motociclistas, o que deve ter superado o número esperado pelo presidente, que afirmou que o ato reuniria ao menos mil apoiadores. Na saída, o evento foi aberto com a execução do Tema da Vitória (do piloto Ayrton Senna) pelo batalhão da Guarda Presidencial. A trilha sonora foi tocada durante todo o passeio pelo sistema de som das motocicletas. O ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, também estava no grupo.
O presidente repetiu ainda que, como chefe supremo das Forças Armadas, “jamais” o Exército irá às ruas para manter as pessoas dentro de casa. “Vocês, motociclistas, vocês, amantes do asfalto, amantes da liberdade, sabemos que não existe nada mais sagrado para um homem e para uma mulher do que garantir e ter sua liberdade, e essa não tem preço. Vocês estão aqui dando apoio, então para um governo que se identifica em grande parte com vocês”, disse.
Durante o discurso, Bolsonaro foi cumprimentado pela deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) com um beijo no rosto. Após chamar a parlamentar de “mãe do voto auditável” – ela é autora da PEC 135/2019 que trata do assunto, o presidente voltou a defender a aprovação da medida no Congresso, que determina a impressão de cédulas em papel na votação e na apuração de eleições, plebiscitos e referendos. “Com toda certeza nós aprovaremos isso no Parlamento e teremos, sim, uma maneira de auditar o voto por ocasião das eleições de 22. Ganhe quem ganhar, mas na certeza e não na suspensão da fraude. Não podemos admitir isso, porque o voto é a essência da democracia”, afirmou.
“Pegamos um Brasil realmente arrebentado, ético, moral e economicamente, e aos poucos vamos recuperando, com apoio e consciência por parte de todos vocês que estamos buscando fazer o melhor para nosso Brasil. Acredito nessa pátria verde e amarela. Nosso lema é Deus. Pátria, família, incomoda muita gente, mas sabemos que isso é a essência de praticamente todos nós”, disse.
Além da deputada federal, também acompanharam o presidente e fizeram breves comentários o deputado federal Helio Lopes (PSL-RJ) e o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto. “Estejam certos de que as Forças Armadas estão prontas a defender a Constituição”, disse o ministro após desejar aos presentes um feliz Dia das Mães, celebrado neste domingo.
Em um momento, Helio chegou a segurar uma criança com Síndrome de Down no colo. Também sem o equipamento de segurança, a menina disse que o presidente vai fazer de tudo para o coronavírus acabar logo. A criança ainda afirmou que quer ver o “Felipe Neto na prisão”, referindo-se ao youtuber, que virou alvo de críticas mais intensas de bolsonaristas depois de chamar Bolsonaro de genocida, em referência às mortes decorrentes da covid-19.
Ao se despedir dos apoiadores, Bolsonaro ainda confirmou que “vai para o meio da rua” e irá participar de um grande encontro em Brasília de produtores rurais no próximo sábado, 15. “Dia 15, pessoal, tá todo mundo convocado, vou lá para o meio da rua, com pessoal do campo, pessoal do agronegócio, estará tomando Brasília e vou estar lá no meio deles, se Deus quiser, dando uma força e agradecendo pelo trabalho que eles fizeram”, disse.
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