Castillo escolhe radical de esquerda para chefiar Gabinete
A Bolsa de Valores e a moeda peruana, o sol, despencaram desde que Castillo se tornou o provável vencedor da eleição de 6 de junho. O Ministério das Finanças permanece vago, mas fontes disseram à Reuters que o cargo-chave provavelmente será preenchido por Pedro Francke, um economista moderado de esquerda.
Bellido tem 41 anos, é engenheiro eletrônico e não tem experiência em cargos públicos. Como Castillo, tem origem camponesa e nasceu na região andina de Cuzco. Sua nomeação e a dos outros ministros ainda deve ser aprovada pelo Congresso.
Bellido foi um dos 37 candidatos do partido Peru Livre eleitos para o Congresso nas eleições de abril, coincidindo com o primeiro turno presidencial. No Peru, os parlamentares podem ocupar simultaneamente cargos no governo.
A mídia peruana informou que a Promotoria havia investigado Bellido por suposta apologia ao terrorismo por declarações em uma entrevista feita em abril, antes de assumir sua cadeira no Congresso na sexta-feira, o que lhe concede imunidade.
A nomeação de Bellido “é uma mensagem que polariza”, disse o legislador de extrema direita Alejandro Cavero à rádio RPP de Lima.
Segundo a presidência, Castillo deveria anunciar ainda ontem à noite o nome de mais 18 ministros. A nomeação dos principais colaboradores do novo presidente deve dar um sinal aos mercados, que ficaram inquietos com o anúncio que Castillo fez de que iniciará uma reforma constitucional, embora se tratasse de uma promessa de campanha.
O mandato, de cinco anos, se inicia em meio às esperanças de milhares de compatriotas, mas também à preocupação de muitos peruanos que temem uma forte virada para o socialismo após décadas de políticas liberais.
Em seu discurso de posse, Castillo tentou adotar um tom moderado com relação às questões econômicas, apesar das mensagens de extrema esquerda de seu partido, e reiterou que não fará desapropriações, embora tenha esclarecido que promoverá um “novo pacto com investidores privados”.
O presidente tem o desafio de reativar uma economia duramente atingida pela pandemia, que despencou 11,12% em 2020, além de acabar com as convulsões políticas que levaram o Peru a ter três presidentes em novembro de 2020.(Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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