Centro-esquerda leva Roma e Turim em eleições regionais na Itália
Em Roma, a coalizão liderada pelo Partido Democrático (PD), encabeçada pelo ex-ministro da Economia da Itália (2019-2021), Roberto Gualtieri, derrotou a coalizão de direita liderada por Enrico Michetti, do Irmãos de Itália. Gualtieri alcançou 60,2% dos votos, enquanto Michetti teve 39,8%.
O resultado na capital representa uma virada, uma vez que Michetti superou Gualtieri no primeiro turno, 30% a 27% dos votos válidos. Com os demais concorrentes fora da disputa, a maioria do eleitorado migrou para Gualtieri – que conquistou os apoios de Carlos Calenda, candidato independente que acabou em 3º lugar no primeiro turno e declarou voto no centrista, e de Virginia Raggi, atual prefeita de Roma, do Movimento 5 Estrelas (M5E).
A aliança liderada pelo PD – tradicional partido da centro-esquerda italiana – também saiu vitoriosa em Turim, onde o candidato Stefano Lo Russo venceu com 59,2% dos votos válidos a disputa com Paolo Damilano, candidato da direita apoiado por Liga, Forza Itália e Irmãos de Itália. Assim como em Roma, a aliança de centro-esquerda não contou originalmente com o apoio do Movimento 5 Estrelas, que se alinhou ao PD apenas em determinadas regiões.
De acordo com o líder do Partido Democrata, Enrico Letta, as vitórias da centro-esquerda sobre as alianças da direita prejudicarão qualquer pressão das forças conservadoras para realizar uma eleição nacional antecipada. Isso aumenta as perspectivas do primeiro-ministro, Mario Draghi, de continuar no cargo até o fim do mandato do atual Parlamento, em 2023.
Em pesquisas de opinião nacional nos últimos meses, tanto Matteo Salvini, da Liga, quanto Giorgia Meloni, dos Irmãos de Itália, estavam lado a lado em popularidade. “Parecia inevitável” que para a direita “a única questão era quem seria o próximo premiê, Salvini ou Meloni”, disse Letta, mas acrescentou que as vitórias do centro-esquerda para prefeito foram “mais animadoras do que qualquer expectativa”.
Segundo levantamento realizado pela Ansa, a principal mudança do “mapa do poder” na Itália é sobretudo o peso específico de cada região. Se o número total é equilibrado, com o PD e aliados liderando em 12 capitais regionais, a centro-direita liderando em oito e o Movimento 5 Estrelas em apenas uma – sendo a força que mais sai reduzida das eleições regionais-, quando se dimensiona esta escala pelo número de habitantes governada por cada força, a centro-esquerda agora lidera as cinco maiores cidades italianas, oito das doze cidades com mais de 250 mil habitantes e 17 das 25 cidades com mais de 150 mil habitantes.
Em entrevista nesta segunda, Giorgia Meloni culpou uma suposta “crise democrática” por sua derrota no segundo turno, alegando que houve baixa participação dos eleitores. “Nenhum partido pode celebrar quando uma cidade como Roma elege seu próprio prefeito com esses números. Há uma crise democrática, não da política, e todos deveríamos considerar isso”, disse.
Aproximadamente cinco milhões de italianos estavam aptos a votar no segundo turno das eleições, no entanto, os números apontam que apenas 43,93% dos eleitores votaram neste segundo turno, em todo o país – 52,67% votaram no primeiro turno, uma das cifras mais baixas da série histórica.
A centro-esquerda já havia conquistado cidades importantes como Nápoles, Bologna e Milão.
Além de Roma e Turim, nesta segunda também foram confirmadas vitórias em Varese, Latina e Isernia.
A única vitória da direita no segundo turno foi em Trieste, com Roberto Dipiazza, em coalizão liderada pelo Irmãos de Itália. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
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