Coloque seu pet para se mexer! Ele pode ser um aliado para a prática de atividade física

A vida moderna está cada vez mais corrida. Mas o contrário tem sido observado quanto se trata da prática de atividade física: as pessoas estão mais inativas fisicamente e estão passando mais tempo em comportamentos sedentários.  A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no final de 2020, mostrou que 40,3% dos adultos brasileiros (pessoas com 18 anos de idade ou mais) foram considerados insuficientemente ativos. Isso quer dizer que esse grupo não praticou atividade física ou praticou menos do que 150 minutos por semana (que é a quantidade recomendada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde), considerando as atividades de lazer, trabalho e deslocamento para o trabalho.

A inatividade física e o comportamento sedentário estão relacionados ao risco de desenvolvimento de diversas doenças crônicas não transmissíveis, como a obesidade, o diabetes mellitus, as doenças do coração e alguns tipos de cânceres. Isso sem falar que esses comportamentos também estão associados à mortalidade por todas as causas. O elevado envolvimento em comportamentos sedentários também pode resultar em problemas que impactam diretamente na qualidade de vida, afinal ficar parado tem efeitos negativos tanto na saúde física quanto mental. 

Quem nunca ouviu falar nas vantagens de um estilo de vida fisicamente ativo? Ele favorece o manejo do estresse, dos sintomas depressivos e ansiosos, o fortalecimento ósseo e muscular, a melhora da coordenação motora, da flexibilidade, da socialização, das funções cardiorrespiratórias, da disposição, do humor, a diminuição das dores articulares, entre outros benefícios. Colocar o corpo em movimento, além de ser um hábito saudável, faz parte da nossa natureza.

Infelizmente, estamos esquecendo disso. Tanto pelo ritmo acelerado quanto pela quantidade de demandas diárias, que acabam competindo com a ideia de dedicarmos um tempo para realizarmos alguma atividade física específica ou de tentarmos inseri-la, de alguma forma, em nossas atividades do dia a dia. Somado a isso, a chegada da pandemia trouxe mais alguns obstáculos, pela necessidade do isolamento e de longos períodos restritos ao ambiente domiciliar. Entretanto, encarar todos esses aspectos como empecilhos é uma crença que deve ser desconstruída. 

Inspire-se! Diga SIM, todos os dias, para a atividade física

Segundo explica o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, uma publicação do Ministério da Saúde, manter uma vida ativa pode ser mais simples que parece. Isso porque é possível interromper o comportamento sedentário e ser mais ativo fisicamente em diversos contextos, e não apenas por meio de atividades planejadas, estruturadas e que foram prescritas por profissionais de educação física, como acontece nas academias. Dá para praticar atividade física ao se deslocar de um lugar para outro, durante o trabalho ou estudo, ao realizar tarefas domésticas ou durante o tempo livre, inclusive na companhia do animalzinho de estimação. 

Em relação a eles, Diego Cury Zanotto, graduado em Fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e em Educação Física pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), os pets podem ser nossos aliados, principalmente, de duas formas. A forma direta nada mais é do que a rotina de passeios, mesmo que curtos, para que o bichinho faça as suas necessidades fisiológicas. O que dificulta bem mais a ideia de adiar a saída de casa. 

 Sobre a forma indireta, o profissional avalia a grande contribuição dos animais para a saúde mental das pessoas, o que já é amplamente comprovado. Segundo Diego Cury, a convivência com os animais domésticos faz com que as pessoas se sintam mais vivas, com energia e motivadas a se cuidar e cuidar de sua saúde. “Hoje em dia existem, inclusive, provas de corrida e caminhada em que os donos vão junto com seus pets e vivem momentos bem especiais”, exemplifica.

Atividades que vão além da caminhada habitual

A voltinha de todos os dias é a maneira mais prática de favorecer a saúde e o bem-estar tanto seus quanto do bichinho. Até porque, assim como nós, eles também sofrem física e mentalmente com a falta de atividade física. A obesidade é, inclusive, uma realidade para muitos cães e gatos. Diante disso, Diego aconselha associar os pets à atividade física do dia a dia, que é uma movimentação corporal mais livre, solta e relacionada a momentos importantes afetivamente.

Mas para inovar e ir além da caminhada ou corrida, que são as opções mais fáceis e comuns, ele sugere algumas aventuras mais desafiadoras para compartilhar com o bichinho, como: fazer trilhas, passear de caiaque, surfar e até mesmo nadar. E vale também algo mais acessível, como brincar de bola ou arremesso de objetos. O importante é fazer desses momentos prazerosos fortes aliados a uma vida mais ativa, saudável e feliz, comenta o profissional. 

Atividades de maior intensidade ativam melhor o nosso organismo. Mas as de intensidade leve e moderada também são benéficas. O que vale é praticar alguma coisa, afinal qualquer movimento conta. E o cumulativo, que vai sendo alcançado de pouquinho em pouquinho, vai melhorando diversos aspectos fisiológicos, psicológicos e sociais, além de fazer com que a pessoa fique gradativamente mais motivada. 

Ou seja, ela vai querer aumentar o ritmo com o passar do tempo. E justamente por isso, o profissional reforça que é essencial escolher as atividades em que a pessoa consegue fazer e vai se manter fazendo. “A aderência e a continuidade são os aspectos mais importantes, por isso elas devem ser prazerosas e fazer sentido na vida de quem pratica”, orienta.

Do Ministério da Saúde

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