Afinal, o que pretendemos com as eleições?

Os verdadeiros problemas do Brasil: crise econômica, desemprego, violência, saúde, educação e corrupção. O que discutem na preparação das eleições: ideologia de gênero, machismo, racismo e feminismo. Entenda que seu voto vai escolher um presidente, não um pai. Precisamos que ele resolva os problemas do país e não nos ensine valores que temos de aprender em casa ew na escola. Esse é o conteúdo que eu – e muitos frequentadores das redes sociais – recebemos e também exorta a população para em vez de educar os filhos para respeitar gays, negros, brancos e índios, respeite apenas o ser humano sem considerações sobre as características e escolhas de cada um. Não sei quem é o autor, mas merece aplauso.

Via-de-regra, os espertalhões da política e da sociedade apadrinham minorias para delas tirar proveito, principalmente voto. Pouco se importam com o destino dos minoritários, que, na maioria das vezes, continua vivendo o seu drama original. Só lhes atribui vantagens quando isso concorre para conturbar a estrutura social e econômica estabelecida. Exemplo das cotas raciais que promovem as entrada em escolas, concursos públicos e afins, mas condenam o seu beneficiário a viver no gueto, pois entrou pela porta dos fundos.

Precisamos de uma sociedade plural, onde todos tenham a mesma importância. Em vez de admitir o ingresso do menos capacitado em razão de sua pele ou etnia, o caminho correto seria capacitá-lo para, quando chegar lá, ter a mesma condição dos demais. Isso também ocorre com a mulher na política. Passados 90 anos da instituição do voto feminino e da possibilidade de candidatura das mulheres, elas não evoluem numericamente frente aos homens, mesmo havendo leis que lhes reserve parte das vagas de candidatura. É preciso buscar as causa e não continuar a mitigar os efeitos, como se tem feito. Ressalte-se que a mulher brasileira evoluiu muito na sociedade e no mercado e tende a avançar; equiparar-se em ocupação de espaço com o seu percentual na população. É uma construção que não deve parar.

Por ser o ano das “eleições gerais”, onde revalidaremos os mandatos do presidente da República, governadores, senadores e deputados (federais e estaduais), as atenções de 2022 voltam-se a esse objetivo de cujo resultado dependerá a nossa vida nos próximos quatro ou mais anos. Ainda esta semana o Supremo Tribunal Federal vai decidir se o fundo eleitoral terá verba R$ 4,9 bilhões, como decidiu o Congresso Nacional ou se ficarão em R$ 2 bilhões, de acordo com o pretendido pelo presidente da República ao vetar o projeto aprovado por senadores e deputados, cujo veto foi derrotado no parlamento. O tema foi levado ao STF pelo partido Novo. Já votaram favoráveis aos R$ 4,9 bilhões os ministros Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e o presidente da Corte, Luiz Fux e pela manutenção dos R$ 2 bilhões, o ministro André Mendonça. Na próxima quinta-feira, dia 3, o tema retorna ao plenário. Votarão Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Se um deles acompanhar a posição majoritária, o fundo de R$ 4,9 bilhões será mantido e isso é o mais provável.

Em vez de discutir, num ano de eleições, quanto de dinheiro público empregar em campanhas eleitorais, o mais adequado e compatível com os interesses nacionais é mudar radicalmente a vida dos partidos. Em vez de se sustentarem pelos cofres federais – Fundo Partidário e Fundo Eleitoral – cada partido, como ente da sociedade civil, deve ser custeado pelos filiados e bancar a campanha dos seus candidatos, da mesma forma que fazem times de futebol, associações de classe e assemelhados. A maior prova de interesse do filiado partidário pela política é pagar sua mensalidade em dia e manter o partido funcionando. E o dinheiro público, nesse esquema, só entrar no custeio do processo de votação e contagem dos votos, administrado pela Justiça eleitoral. Jamais servir ao sustento de partidos e candidatos. O Estado brasileiro carece de importantes reformas em todos os setores. O que temos hoje é incondizente com a realidade social e econômica do país e precisa ser modificado. Nossos sistemas e processos são resultantes de interesses das classes dominantes de diferentes épocas. Que o Congresso e as forças da sociedade busquem as necessárias reformas e adaptações ao presente. Não é demasiado, até, pensar numa Constituinte, já que a nossa Constituição – com mais de três décadas de vigor e cem emendas – ainda não foi concluída e carece de atualização

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

aspomilpm@terra.com.br

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