CAMINHOS DO SUCE$$O

O fogo que arde…une

Eduardo Klaue

Em conversa com um grupo restrito de pessoas, fui questionado pelo fato de raramente comparecer às festas e reuniões por elas realizadas. Argumentaram-me, que ali existia muita alegria, descontração e amizade verdadeira, e que podiam falar e brincar uns com os outros do modo que quisessem, sem que ninguém se incomodasse ou levasse a mal as piadas e fofocas que se sucediam normalmente. Disse-me o mais velho do grupo: – Klaue, aqui é o nosso lugar!

Concordei com eles dizendo que realmente era muito bom que grupos de amigos se encontrassem de tempos em tempos, pois a vida cotidiana nos levava a um isolamento lamentável.

Argumentei também, que os grupos de afinidades são muito importantes para nossa sociedade, pois preocupam-se com interesses mútuos, e buscam pela união, resolver problemas por eles encontrados.

Continuei um pouco mais, conversando com o grupo, e logo fui para casa. Fiquei um tempo no “pensatório”, “matutando” sobre a situação anterior, quando lembrei de uma folha de papel que encontrei em um velho livro comprado em um sebo anos atrás. Ela se passava mais ou menos assim…”Um membro de um grupo de pesquisadores que buscava a relação dos acontecimentos passados com seus reflexos no futuro da humanidade, sem nenhum aviso deixou de participar das suas atividades. Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria. O líder encontrou o homem em casa sozinho diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor.

Adivinhando a razão de sua visita, o homem deu as boas vindas ao líder, conduzindo-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando. O líder acomodou-se confortavelmente no local indicado, mas nada disse.

No silêncio sério que se formara, apenas contemplava a dança das chamas em torno das achas de lenha, que ardiam. Ao cabo de alguns minutos, o líder observou as brasas que se formavam. Cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado. Voltou então a sentar-se permanecendo silencioso e imóvel.

O anfitrião prestava a atenção a tudo, quieto. Aos poucos a chama da brasa solitária diminuía, até que houve um brilho momentâneo e seu fogo apagou-se de vez. Em pouco tempo, o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acizentada.

Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos. O líder, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta ao meio do fogo. Quase que imediatamente tornou-se a incandescer, alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele.

Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse: – Obrigado por sua visita e pelo belíssimo sermão. Estou voltando para o convívio do grupo. Deus te abençoe!

Quando o líder dos pesquisadores voltou, todo o grupo se formou em frente a ele, e então disse: – Nosso amigo voltará em breve, pois aos membros de qualquer grupo vale lembrar que eles fazem parte de uma chama e que longe do grupo, individualmente perdem o brilho, e o poder da fogueira. Aos líderes cabe lembrar, que eles são responsáveis por manter acesa a chama de cada um e prover a união entre todos os membros, para que o fogo seja realmente forte, eficaz e duradouro”.

Uma semana depois o telefone toca… – Klaue, tem reunião hoje à noite. Fiquei feliz com o convite, minha presença não foi possível, pois naquela noite, quando a brasa ainda estava acesa, uma outra reunião já havia sido agendada. Reunião para uma importante partida de tênis com meus filhos.

Um abraço do Klaue!

Eduardo Klaue: Conselheiro Pessoal de Líderes Empresariais. Sócio nas empresas “Klaue Consulting” e “Klaue Corretora de Seguros”.

E-mail: eduardo.klaue@klaueconsulting.com.br

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