Estados brasileiros geram mais empregos e renda com o agronegócio
Dilceu Sperafico*
A exemplo de nações desenvolvidas, o Brasil conta com Estados com vagas de emprego disponíveis há meses, sem conseguir preencher por falta de mão-de-obra interessada, o que é contraditório diante de alegações de elevado desemprego no País, com redução da renda e aumento da pobreza de trabalhadores e suas famílias. Em comum, essas regiões diferenciadas têm sua economia baseada no agronegócio e na agroindústria, que prosseguem alimentando a população e gerando empregos, renda, tributos e superávits na balança comercial, apesar das adversidades climáticas e crise econômica internacional.
No Paraná, Agências do Trabalhador e seus postos avançados de Toledo, Cascavel e outras cidades do Estado, no mês de março ofereceram até mais de 14 mil vagas de emprego com carteira assinada, sem conseguir o seu preenchimento. A maior parte das vagas era de auxiliar de linha de produção, com cerca de três mil oportunidades de trabalho. Na sequência, apareciam as funções de alimentador de linha de produção, operador de telemarketing ativo e receptivo e magarefe, todas com grande número de empregos oferecidos.
Para nosso orgulho e satisfação, benefícios para trabalhadores urbanos e rurais e todos segmentos econômicos do município e Oeste do Estado, pela segunda vez no ano, a região de Toledo concentrou o maior volume de postos de trabalho, chegando a 2,3 vagas à disposição dos interessados.
Foram oferecidas mais de 500 vagas para auxiliar de linha de produção, 150 para abatedor de porcos e 100 para trabalhador da lavoura de milho e sorgo, entre outras atividades na agropecuária. No Oeste foram 3,3 mil vagas. No Brasil, as regiões que encerraram 2022 com taxa de desocupação abaixo de 4% têm suas economias baseadas na força do agronegócio e/ou da diversificação da economia local.
Apesar dessas estatísticas positivas, o País tinha em março 8,6 milhões de trabalhadores desempregados, contingente equivalente a toda população da Suíça, segundo dados oficiais, mas para o bem dos cidadãos, suas famílias e setores econômicos e sociais, alguns Estados enfrentam realidade diferente, com disputa intensa pela mão-de- obra disponível.
Em 2022, além do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Santa Catarina encerraram o ano com taxa de desocupação abaixo de 4%, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Trimestral, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Enquanto isso, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Amapá continuavam com taxas acima de 10%.
Conforme especialistas, os números positivos do mercado de trabalho de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Santa Catarina e Paraná podem ser explicados pelo bom desempenho do agronegócio nos últimos anos, apesar das atuais adversidades climáticas, o que estimulou a expansão de toda a economia local.
Sem exceção, são Estados com destaque no agronegócio e a força da agropecuária beneficiou a toda sua cadeia produtiva ligada à atividade primária, desde a produção de máquinas. Em 2023, apesar de adversidades climáticas, o País espera safra recorde de grãos, alcançando 298 milhões de toneladas, com crescimento de 13,3% em relação a 2022, quando foram alcançadas 34,9 milhões de toneladas e empregando 18,9 milhões de brasileiros. Para o nosso bem, continuamos avançando na produção e oferta de alimentos de qualidade, diversidade e sustentabilidade.
*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado
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