Jogos onde o raciocínio faz a diferença

Divertidas tardes de domingo em família, animada noitada entre amigos, mesinhas em praças  à sombra de árvores, rodeadas por pessoas concentradas em jogar para passar o tempo, sem preocupações. Estes e vários outros cenários emolduram a prática de passatempos quase tão antigos quanto a humanidade: os jogos de mesa ou de tabuleiros.

Desde sempre, esses jogos exercem grande fascínio por várias razões. Uma delas, a acessibilidade. Geralmente, são fáceis de aprender e dispensam equipamentos caros ou complexos. Tais facilidades os tornam acessíveis a pessoas de diferentes culturas, origens e idades — em especial os mais velhos, para quem se multiplicam ofertas de atividade.

Com grande importância, soma-se à acessibilidade o aspecto da interação social. Vários desses jogos são destinados à prática em grupo. Em consequência, promovem a interação e o convívio social. Outro aspecto estimulante é que, embora simples, a maioria dos jogos de cartas e tabuleiro envolve estratégias, tomadas de decisões e raciocínio, o que os torna mentalmente desafiadores e trazem à tona a questão de que nem sempre o acaso dita o resultado. Este é aspecto que se estende até mesmo a alguns jogos clássicos de cassino.

O blackjack é um dos títulos mais buscados em plataformas de entretenimento virtual, e um dos exemplos mais conhecido de jogo que, à primeira vista, parece puramente movido pelo acaso, devido à distribuição das cartas. No entanto, para os praticantes dessa modalidade é fundamental ter habilidades como a leitura de oponentes, o gerenciamento de bankroll e a estratégia para conduzir as apostas.

Talvez você imagine que blackjack seja um “bicho de sete cabeças” inalcançável para os reles mortais que se divertem com um simples celular. Essa visão certamente mudará quando você atentar que o blackjack também é conhecido por outro nome: Vinte e Um. O jogo que muitos de nós herdamos dos nossos avós e até hoje praticamos. 

Na verdade, o Vinte e Um é muito anterior aos nossos avós. Conta a história que o rei Luís XV era figura frequente nas “Noites de 21” realizadas na corte francesa. Há outros tantos exemplos de jogos de tabuleiro e cartas que envolvem estratégias e têm raízes históricas profundas, conectando gerações.

Da China para o mundo

Simplicidade de regras se faz presente no Go ou WeiQ, jogo de tabuleiro inventado na China para dois jogadores, há mais de 2500 anos. O WeiQ é apontado como um dos jogos mais antigos que são até hoje praticados. Regras simples não impedem que o sucesso neste jogo implique em pôr a mente a refletir para empregar táticas complexas.

Há vários outros jogos originados na antiguidade com regras simples, porém, desafiadores para o raciocínio, a exemplo do Senet. Jogo de tabuleiro egípcio com mais de cinco mil anos de história, o Senet consiste em caminhar com as peças pelo tabuleiro, retirando-as pela última casa. O raciocínio utilizado nesse jogo é tentar bloquear a caminhada do adversário.

Desse rol também faz parte a Mancala, família de jogos de tabuleiro africanos com raízes antigas.  Inúmeras variações estão presentes em todo o mundo. O tabuleiro é seara com “silo” vazio e várias cavidades com sementes. Regra mais simples, quase impossível – as sementes devem ser retiradas das cavidades e colocadas no depósito, para que a “reserva” cresça cada vez mais. Simples assim, mas exige muita estratégia para vencer.

Quanto aos jogos de mesa com cartas, não há precisão sobre a data e a cultura que os originou. Registros dão conta que, provavelmente, o mais antigo é o Karnöffel, praticado na região da Baviera desde meados dos anos 1460. É um jogo de vazas, a exemplo do Bridge, Copas, Sueca e Truco, dentre outros.

É inegável que jogos de mesa com cartas são bastante populares, como Buraco, Canastra e Truco. Uma pitada de sorte ajuda, mas vale mesmo é o raciocínio, que leva a encontrar lances para atrapalhar jogadas dos adversários (Bridge), “obrigá-los” a descartar suposta carta útil para você enriquecer o próprio jogo (Buraco), além da famosa artimanha do blefe (no velho Truco, por exemplo).

Esses jogos têm resistido ao teste do tempo e continuam a ser apreciados por pessoas em todo o mundo, o que destaca a atemporalidade dessas diversões.

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