Para 2023

Por Luiz Carlos Amorim

Um ano novo acaba de chegar e o sol, quentíssimo, mesmo intercalado com a chuva, o jacatirão florido, o flamboiã espalhando vermelho pelas calçadas, me dizem que o novo ano será bom. Faremos tudo para que ele seja melhor. Ele precisa ser melhor. Por isso, a ordem neste início do novo ano é esperança, é fé, é saúde e verdade. Precisamos combinar com o Universo que este ano tem que ser o ano do abraço apertado, do abraço de mãos, do beijo, da proximidade, da cura, da saúde. De muita luz. E ele será, se lutarmos por isso, se cuidarmos tanto quanto é necessário cuidar, se olharmos ao nosso redor e ajudarmos quem precisa ser ajudado, se dividirmos o pouco que temos. Conseguiremos, se tentarmos. Isso é solidariedade, é liberdade, ainda que tenhamos que ter em mente que a pandemia não acabou e temos que continuar a ter cuidado.

Um novo governo começou em nosso país e esperemos que ele seja bom, que cumpra pelo menos uma boa parte do que prometeu. Temos que ter esperança e fé de que as coisas vão melhorar. Temos que trabalhar para isso.

Então, não desejo muito deste novo ano. Peço apenas o possível: crianças na escola, velhos assistidos, educação e saúde decentes no Brasile por todo este mundão de Deus; desejo que haja trabalho para todas as pessoas e alimento na mesa de todos, em qualquer lugar; ética e honestidade em todas as atividades do ser humano, principalmente na “política” e conscientização geral de que precisamos preservar a natureza para que o nosso clima não se volte contra nós, como temos visto ultimamente.

Não quero, para todos nós, filhos de Deus, uma felicidade instantânea e fácil; quero uma felicidade conquistada, verdadeira e merecida. Uma felicidade perene. Quero sorriso no rosto das pessoas, mas não sorrisos tristes. Quero sorrisos iluminados, pejados de fé e esperança, que se não os houver, não haverá vida. Quero luz nos olhos de toda a gente, faróis a alumiar o caminho. Quero paz no coração de todo ser humano, quero carinho a semear ternura, quero uma canção em todos os lábios, a propagar a fé.

Quero pedir aos homens, principalmente aos que detém o poder, o fim das guerras – pois temos visto o que ela faz, temos visto que mesmo lá longe, elas impactam todo o mundo – que o coração do ser humano foi feito para abrigar a paz, e seus lábios, suas mãos e seus olhos foram feitos para disseminá-la. O homem não foi feito para deter o poder em suas mãos e com esse poder destruir seu semelhante. Peço à força maior que rege o universo que erradique do coração do homem a ganância, a inveja, o ódio, a indiferença.

Não estou pedindo nada impossível, tudo o que peço pode se tornar realidade, se todos quisermos. E precisamos querer, para que este próximo ano que se inicia seja bom, para que os nossos sonhos possam continuar, para que possamos ter esperança de realizá-los.

Como já disse o poeta Drummond, para termos “um Ano Novo que mereça este nome, temos de merecê-lo”.                    

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente do Grupo Literário A Ilha, com 42 anos de trajetória, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

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