Procuram-se bons administradores

Jonas Eder

Não convivi com o desbravador Willy Barth, não tive este prazer, mas tomei conhecimento do mesmo por intermédio das leituras que tratam da construção de Toledo. Uma delas em especial, do escritor Ondy Hélio Niederauer, Toledo no Paraná, a história de um latifúndio improdutivo, sua reforma agrária, sua colonização, seu progresso, apresenta como ninguém o tremendo administrador que foi o senhor Willy Barth. Ainda hoje ele poderia, penso até que deveria, servir de exemplo na gestão municipal.

Lá pelos idos da década de 50, o povoamento da região era um dos principais objetivos da Maripá (Indústria Madeireira Colonizadora Rio Paraná). Para cumpri-lo, havia necessidade de fornecer aos que aqui chegavam, condições mínimas para que a mudança para estas terras se tornasse realidade. Assim sendo, logo nos primeiros tempos, além do Padre Antônio Patuí, que tomou amor tamanho por esta terra que não mais quis deixá-las, um médico foi arregimentado pela Maripá para atender os munícipes. Certamente foram inúmeras as consultas que o Dr. Ernesto Dall’Oglio prestou naqueles idos com recursos poucos, mas com muitas ganas.

A população daqueles idos, lidava com as situações da forma que podiam. A morte, não era desconhecida, aproximadamente 8% segundo dados estatísticos do livro Toledo: um município da fronteira oeste do Paraná (1960). Animais, tais como o Leão Baio – na verdade era Onça -, serpentes de toda ordem, mosquitos, aranhas, dentre outros, abundavam na região. Acidentes na derrubada de árvores, no transporte, na lida no campo com os maquinários, na construção, não eram raros. Havia, inclusive, um remédio um tanto quanto milagroso que se chamava Cobrina. A população usava na esperança de sobreviver à picada de cobra. E os nossos irmãos paraguaios, fortes, inacreditavelmente fortes a ponto de suportar jornadas de três dias trabalhando, horas dentro do Rio Paraná, horas fora, mas sucumbiam a pestes que os colonizadores para estas bandas traziam.

Tempos difíceis aqueles em que os recursos eram tão escassos. A força de vontade, todavia, e o espírito empreendedor, faziam com que as agruras fossem superadas. Contudo, passado tanto tempo e com tantos recursos à disposição dos munícipes, como explicar a demora de meses – senão ano – para um cidadão ter acesso a uma consulta especializada? Daí conclui-se que bons administradores fazem falta. Visão holística, pró-atividade, antecipação aos problemas, trabalho em conjunto, resolutividade, visão de futuro, dentre outras características que o senhor Willy Barth demonstrou na condução da Maripá, hoje ainda permanecem fundamentais no trado com as questões relativas ao Município de Toledo. Quiçá com administradores de tal ordem, o munícipe sinta-se, como outrora, atendido, acolhido, querido e sinta-se cada vez mais orgulho em fazer parte deste município.

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