A falta de vontade dos jovens

No dia 7 de abril, uma quinta-feira, a juíza eleitoral da 75ª Zona, doutora Luciana Lopes do Amaral Beal realizará um encontro na sede do Fórum Eleitoral em Toledo com diretores dos estabelecimentos de ensino, Ministério Público Eleitoral e Ordem dos Advogados do Brasil para tratar da pauta relativa às ações de fomento ao alistamento eleitoral dos alunos entre 16 e 18 anos completos até o dia das eleições, visando, de acordo com ela, o desenvolvimento das cidadania entre esses jovens de forma a engajá-los numa sociedade plural e democrática.

A preocupação da juíza vem da baixa emissão de novos títulos eleitorais entre jovens dessa faixa etária, algo bem diferente de quando o voto foi permitido a partir dos 16 anos, quando houve uma verdadeira correria aos cartórios eleitorais. E por que isso aconteceu num período tão curto de tempo? A resposta é muito simples: a política brasileira envelheceu e há uma enorme falta de vontade dos jovens!

E quando se fala em envelhecer, não é apenas em função dos nomes que aí estão, mas sim da forma em fazer política, nas ações promovidas em geral pela classe política e que tão poucos resultados às vezes trazem ao cidadão comum, no relacionamento com o próprio eleitor. Há um forte distanciamento entre a juventude e os eleitos e, em geral, poucos fazem algo diferente para conseguir atrair o jovem a ingressar na política. Alguns partidos até contam com núcleos jovens, porém, na prática quase nada é feito para efetivamente atrair o jovem à causa política, seja ela partidária ou não. A questão da idade não tem nada a ver com disposição.

Sim, a sociedade plural e democrática sonhada por tantos só será possível quando houver uma maior participação da sociedade em suas decisões. E aí não apenas os jovens, mas todos!

Observemos os nomes que postulam disputar a Presidência da República. Nenhum deles tem propostas verdadeiras ou engajadas com o que o jovem de hoje pensa. Ah, sim, ele pensa! E age! E sua atitude é de total desprezo para com o atual sistema eleitoral brasileiro porque na sua essência é feito para não funcionar, para manter sob controle a turba ignara. E que assim siga por muitos e muitos anos.

Além disso, com tantas opções hoje em dia, para que perder tempo com a política não é mesmo, afinal, nada muda. São sempre os mesmos falando as mesmas coisas e agindo da mesma forma. O pensamento geral, infelizmente, é esse e tende a se tornar ainda pior com os fins dos grêmios estudantis, com as entidades representativas de jovens, com os debates verdadeiros, ações que fomentavam a troca de ideias, a discussão positiva que levava a um interesse maior.

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