A força do tradicionalismo gaúcho em Toledo foi evidenciado durante a abertura da XII Semana Farroupilha. Em duas horas de apresentações, o palco do Teatro Municipal foi inundado pela música, dança e o folclore gaúcho em um belíssimo show promovido pela Secretaria de Cultura, em parceria com os Centros de Tradição Gaúcha (CTGs) Chama Crioula, Estância da Liberdade e Província Gaúcha. Três CTGs numa cidade onde a cultura gaúcha ainda é bastante presente diante da formação não apenas de Toledo, mas de todo o oeste paranaense.
O belo espetáculo reuniu dançarinos e dançarinas e representou a grandeza e a história do tradicionalismo gaúcho que ensina muitas coisas, principalmente a importância da tradição. Exageros à parte, verdade seja dita: o rio-grandense tem do que se orgulhar enquanto nós, paranaenses, vivemos ainda nos tempos da autofagia extrema, sem a formação de uma cultura própria, valorizando as próprias diferenças existentes, mas sem a perseguição gratuita típica da terra do pinhão e do leite quente.
A importância da tradição não está apenas na manutenção de danças, cantos ou em qualquer outro aspecto da cultura. A tradição ajuda a fortalece vínculos sociais, fortalecer as relações interpessoais, em criar uma estrutura capaz de sobreviver a tempos sociais difíceis, como o atual que tantos problemas têm causado mundo afora.
A Semana Farroupilha tem uma série de outros significados e não apenas o fomento à tradição, que em Toledo tem recebido um verdadeiro berço para acomodar tanto sentimento, tanta emoção. Oxalá um dia possam existir Centros de Tradições Paranaenses, com seus pratos típicos, suas danças folclóricas e suas lendas e histórias tão ricas.
Até lá é preciso reconhecer e respeitar um povo que, apesar de tudo, consegue manter acesa a chama da paixão por suas tradições, algo que se revela também em outros assuntos da sociedade gaúcha, desde a política até a eterna disputa entre azul e vermelho, algo que nem isso o Estado do Paraná conseguiu fazer. Quem sabe um dia.
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