A picada da dengue
Dengue não é nenhuma novidade. Os cuidados não mudaram. As orientações de prevenção do mosquito Aedes aegypti – que também é transmissor da doenças Zika e Chikungunya – não mudaram. E o comprometimento de parte de população também não mudou.
O mosquito não escolhe região, classe social, idade. Podendo entrar nas casas, nos ambientes de trabalho, os locais com mais criadouros potencializam as chances de proliferação e contágio da doença. A dengue é uma doença febril e que tem gerado impacto na saúde pública nos últimos anos.
A campanha de tirar dez minutos, uma vez por semana, para fazer uma limpeza, fiscalizar o quintal e eliminar as possíveis fontes que podem se tornar criadouros, para muitos parece algo impossível, ou simplesmente sem necessidade. Ah, se o mosquito soubesse que não poderia ultrapassar o lote onde nasceu, talvez o pensamento seria diferente. A questão é que o mosquito não sabe disso e voa, e pica o vizinho, aquele que cuida do terreno.
As faixas etárias, todas são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas com mais idade, principalmente, aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, infelizmente, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar ao óbito.
Na 20ª Regional de Saúde, 12 municípios estão em situação de pré-epidemia de dengue. Toledo já decretou estado de epidemia desde o mês passado. Cada cidade tem suas particularidades, contudo, o tão cobrado Poder Público não consegue vencer esse batalha sozinho. Os agentes comunitários de endemias visitam os imóveis, orientam, notificam, fazem bloqueios e recolhem muito lixo nas cidades, mas sem a coloração do povo fica difícil manter os municípios longe dos casos positivos.
Sobre a imunização, ainda existem trechos para avançar. A vacina pode ser administrada, somente, em quem já teve dengue – mediante exame que comprove a doença. Além disso, é preciso ter entre 9 a 45 anos. O esquema completo envolve três doses no intervalo de 6 meses entre cada uma delas. E os valores podem não caber em todos os bolsos. Diante de todo esse cenário, é preciso mais comprometimento e o caminho é evitar a formação de criadouros.