Alinhavando otimismo

Quanta roupa nova guardada. Afinal, não tem onde usar aquele vestido mais chique ou aquela camisa bem ‘engomada’. Ainda vivemos as restrições da pandemia e as grandes festividades continuam sendo adiadas, remarcadas e esperadas. É uma luta necessária.

Enquanto isso, a madrinha da noiva espera para tirar as medidas para fazer o vestido; aquela saia de usar na balada também está ‘encostada’ sem ter feito o ajuste. No guarda-roupa e na vida, calça jeans, pijama, uniforme e as ‘roupas de trabalho’ são as mais usadas.

Quem sentiu e ainda sente essa mudança de comportamento em relação ao vestuário não são apenas aqueles que trabalham no setor de confecção, os donos de loja, mas também as costureiras que desde março do ano passado já não têm mais tantas encomendas glamorosas.

Os tecidos mais glamorosos perderam espaços entre os cortes, pois ‘ficaram de lado’ os moldes para costurar vestidos de festas. Com o distanciamento social e o adiamento das festividades, um dos artigos que passou a ser mais costurado foi a máscara de proteção facial. Um ano após o início da pandemia, a peça ainda é muito confeccionada e ajudou na geração de renda.

Para manter a rentabilidade esses profissionais também precisaram inovar. No início da pandemia, o que moveu um pouco mais o mercado foi a costura de máscaras de proteção facial. A procura foi tanto que era difícil encontrar alguém que tivesse a pronta entrega. Era preciso encomendar. Também não tinha muita opção de escolha da cor do tecido, porque a matéria-prima estava em falta. Essa procura também passou.

Cada costureira tem encontrado seu jeito para superar o momento. Quem tinha mais experiência e facilidade de interação com as redes sociais passou a fazer tutoriais, movimentar canal no Youtube, ministrar cursos online, ou seja, repassar o conhecimento de maneira que tivesse lucratividade.

Outras cortaram gastos, fizeram promoções de serviços e buscaram outro emprego. Também tiveram aquelas que estavam fora do mercado e aproveitaram os desafios da pandemia para retomarem esse dom e assim conseguirem ajudar na renda familiar.

De ‘barra em barra’ todos vão juntando o sustendo. Vai demorar um tempo para que sejam costurados todos os retalhos que a pandemia tem deixado. Colocar a vida nos novos moldes exige adaptação. A expectativa é que este período passe e não deixei muitas marcas e que com o retorno gradativo das festividades, outros setores possam voltar a fomentar e economia e assim voltar a reluzir o brilho do vestido de festa feito pelas mãos das costureiras.

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