Aprender com as abelhas
As abelhas são insetos que sabem viver em sociedade, muitos vezes, melhor que o ser humano – e toda sua complexidade. Elas sabem que precisam buscar as fontes ricas em néctar ou pólen, sabem que o trabalho precisa acontecer, sabem que devem desempenhar funções e que a cooperação é fundamental.
Esses insetos são considerados um símbolo do trabalho e da cooperação. Entre elas não existe um posto central de comando, ou seja, o poder é disseminado através da colmeia, dessa forma, as decisões diárias são tomadas consensualmente por meio de estímulos químicos, visuais, auditivos e táteis.
Estudos apontam que o sistema de cooperação observado entre as abelhas de uma colmeia envolve o compartilhamento de 75% de seus genes. Em seres humanos da mesma família o compartilhamento é de 50%. Haja cooperação!
É interessante pensar que as abelhas também têm diferentes padrões de comportamento social. Essas alterações envolvem combinações de características: castas, trabalho em cooperação, divisão de tarefas e superposição de gerações. Ou seja, como na sociedade, elas possuem funções diferentes (rainha, operárias e zangões) dentro da colmeia e atuam para que o ‘mundo’ delas permaneça em harmonia.
Ao desempenhar suas funções que visam o sustento e sobrevivência da colmeia, as abelhas exercem a manutenção da biodiversidade, elas fazem a polinização das plantas cultivadas com a regeneração das florestas e da biodiversidade, além disso, tem o alimento único produzido por elas: o mel – fruto da matéria especial dessa edição do JORNAL DO OESTE.
Enquanto elas se preocupam em manter a ordem, o trabalho, o ecossistema em funcionamento, a colmeia dos seres humanos nem sempre saber cooperar, nem sempre exercer a função que lhe cabe, nem sempre sabe que é necessário manter a biodiversidade dos biomas.
Se as abelhas estão produzindo menos mel ou com outra qualidade, a culpa pode não ser das operarias que não buscaram fontes ricas em néctar ou pólen, afinal, elas sabem cooperar. Os impactos ambientais como desmatamento, uso inapropriado de agrotóxicos, aquecimento global, queimadas e outros danos ao meio ambiente são causados pelas ações de outras ‘rainhas’, outras ‘operárias’, outros ‘zangões’.
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