As várias faces do pedágio

A partir de hoje (1º), o JORNAL DO OESTE traz uma série de reportagens especiais abordando o novo modelo de concessão do pedágio que deverá entrar em operação a partir de novembro, quando se encerra o atual contrato assinado no longínquo 1996. Bom ou ruim? Necessário? Conquista ou retrocesso? São muitas as faces do pedágio e este veículo de comunicação quer apenas trazer à discussão fatos envolvendo um negócio que veio para ficar, afinal, hoje seria impossível pensar na manutenção das estradas sem o apoio das concessionárias.

Falido, o governo – em todas as suas esferas – não teria capacidade de promover os investimentos necessários para melhorar a condição de quem trafega pelas estradas paranaenses que, sim, deveriam estar em bem melhores condições que as atuais, afinal, muitas das obras previstas no contrato original foram sucumbindo à medida que a corrupção avançava, à medida que acordos suspeitos eram orquestrados e processos abertos na Justiça com o único objetivo de jogar uma cortina de fumaça e virar material de campanha eleitoral, como tantas vezes foi utilizada nestes 25 anos de concessão.

O objetivo com as reportagens que serão publicadas nos próximos dias não é definir quem está ou não com a razão, até porque esse é um assunto tão complexo que seria necessário talvez 25 anos de reportagens investigativas quase que diárias para tentar desvendar os mistérios que cercam um dos contratos mais bem elaborados sob a ótica jurídica em todos os tempos. O objetivo é apenas mostrar a visão de alguns personagens que viveram ou vivem com o assunto de perto.

É inegável ter havido avanços em relação à proposta original sugerida pelo Governo Federal para este novo modelo. Isso, entretanto, não significa na prática garantia de coisa alguma, afinal, criou-se tanta expectativa com o primeiro modelo que fica difícil acreditar em algumas das promessas feitas e justificativas usadas para empurrar mais 15 praças, uma delas entre Toledo e Cascavel que servirá para ‘pagar a conta’ da manutenção em trechos menos atrativos. Essa é a única face visível: a da cobrança diária e ininterrupta da tarifa. De qual valor? Isso somente o tempo será capaz de responder.

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