Avanço tardio
Um dos países mais ensolarados do mundo, o Brasil ainda é muito tímido quando o assunto é o uso de matrizes energéticas mais renováveis. Cerca de 48% dela é composta de fontes renováveis. A média mundial está em 14%. Quando se fala em eletricidade os números são ainda maiores: 85% da matriz de eletricidade brasileira são renováveis contra apenas 20% da média mundial. Mas esse índice é muito dependente de hidrelétricas (85% de energia elétrica têm fonte hídrica). Nos últimos anos, porém, o país vem diversificando a matriz.
No que se refere a energia solar, o Brasil já tem 10 gigawatts de capacidade instalada. Em apenas três anos houve um aumento de 200% na energia solar centralizada (usinas solares). Já quando se fala em energia solar distribuída (painéis em telhados) o crescimento é de 2.000%.
Outra fonte de energia que vem crescendo no Brasil é a eólica. Já são mais de 700 usinas instaladas em todo o país. Hoje, a energia proveniente dos ventos é responsável por 11% da matriz energética brasileira.
É um avanço tardio até mesmo diante de países onde o ‘astro rei’ não costuma brilhar com tanta frequência. Na Europa o uso de energia solar ou eólica é bastante difundido há muito mais tempo que no Brasil. Mas este crescimento só foi possível graças ao avanço de empresas privadas no setor e, claro, a uma série de facilidades para o usuário, especialmente o de uso doméstico. Os preços hoje estão mais acessíveis e há linhas de financiamento exclusivas para essa finalidade, com prazos e taxas de juros compatíveis à necessidade do usuário.
É um avanço tardio, mas sólido e que parece não ter volta, até porque o cidadão brasileiro finalmente começou a perceber a necessidade de preservar outras fontes, especialmente a água que parecia não ter fim, ainda mais no Paraná, entretanto, diante da maior crise hídrica dos últimos 100 anos do estado, sacudiu os paranaenses para uma realidade preocupante e que exige mudanças rápidas e radicais.
Manter o incentivo para que o uso destas fontes renováveis seja possível é o grande desafio a partir de agora, ainda mais porque a sempre insaciável fome do governo por arrecadação começa a direcionar seu radar para um setor que até agora vinha sendo protegido e que, caso seja sobretaxado, poderá retroceder de maneira perigosa.
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