Comunicar com sinais
Aproximadamente 5% da população brasileira é composta por pessoas com deficiência auditiva, isso corresponde a mais de dez milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). A maioria deste grupo é formada por surdos oralizados, que são pessoas que utilizam aparelhos auditivos que amplificam os sons.
Porém, isso nem sempre é suficiente para que eles não enfrentem situações de exclusão e dificuldades de comunicação. E nada se compara aos desafios daqueles que necessitam utilizar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para se expressar.
Essa barreira na comunicação limita a autonomia e liberdade para realizar tarefas e atividades do dia a dia como pedir uma informação na rua, fazer compras no supermercado, interagir com os colegas no emprego, buscar qualificação profissional ou simplesmente realizar uma atividade para o seu próprio lazer. Todas essas parecem simples, no entanto, quando o ouvinte também não consegue se comunicar com o surdo acontece o que chamamos de ‘ruído na comunicação’.
Neste cenário, a igualdade de direitos e oportunidades, e até mesmo o direito de ir e vir, não são completamente assegurados. As pessoas surdas acabam tornando-se dependente de outra pessoa para desempenhar tais funções.
Para encurtar essa distância e proporcionar mais liberdade ao surdo, o ideal seria que a população buscasse conhecer, aprender e praticar Libras assim como faz com outros idiomas como o inglês e o espanhol. Ser fluente em uma língua estrangeira enriquece o currículo profissional e abre portas para infinitas oportunidades de trabalhos.
Mas, também existem inúmeros benefícios para quem domina a Língua de Sinais. Ser fluente em Libras enriquece a alma e o convívio; traz felicidade e respeito.Com as palavras nas mãos, o cidadão quebra barreiras de comunicação, interage no âmbito educacional, profissional e social e ainda supera o preconceito.
Neste sábado, quando é celebrado do Dia Nacional do Surdo, que possamos refletir sobre os desafios desse grupo e como podemos auxiliá-los na completa inserção em nossa comunidade. Ao buscar a informação e a comunicação, a sociedade exercita o respeito à diversidade humana. Esse respeito é o primeiro passo para construir uma comunidade inclusiva. Todas as pessoas precisam compreender que somos diferentes e a riqueza dessas relações é que contribui para o desenvolvimento e crescimento pessoal e social de cada um.