De volta à estaca – quase – zero

O boletim divulgado nesta terça-feira pela manhã (24) das vagas de leitos em UTI da Covid-19 indicava que há cinco dias a 20ª Regional de Saúde de Toledo está com 100% dos leitos ocupados e o número de pacientes aguardando vagas de internamento só aumenta. Eram 17 até o fechamento desta edição. A situação, que se previa ruim, ficou ainda pior após os números divulgados pela Prefeitura de Toledo. Foram 163 novos casos registrados apenas neste fim de semana sendo 49 no sábado (22) e 114 no domingo (23). São 24 moradores de Toledo internados em leitos de UTI e 36 em enfermaria dos quais 19 estão no Pronto Atendimento Municipal Dr. Jorge Milton Nunes e três deles estão utilizando respirador mecânico. Infelizmente dois óbitos foram registrados neste período por Covid-19 e 713 pacientes estão com a doença ativa na cidade.

Toledo está de volta à estaca – quase – zero em se tratando de Covid-19. Quase porque a vacinação, embora ainda lenta – e não por culpa do poder público municipal – segue avançando, agora sobre os pacientes com comorbidades, um alento em meio ao turbilhão de novos casos registrados em tão pouco tempo, o que não representa novidade alguma diante do comportamento irresponsável verificado nos últimos dias na cidade que segue tapando os olhos para isso. Essa sim é uma falha grave do poder público, pois deveria haver uma fiscalização mais rigorosa onde é preciso. O mantra da ‘Liberdade com Responsabilidade’, na prática, tem servido para muito pouco, quase nada.

É preciso se espelhar nos exemplos onde se resolveu o problema e isso só aconteceu com fiscalização rigorosa, medidas extremas e vacinação em massa, algo quase impensável num país onde cada um acha que sabe mais que o outro e onde as autoridades técnicas são silenciadas por espertalhões políticos. Em Toledo não é diferente e o que mais preocupa é o silêncio, a conivência e a posição de apoio de algumas lideranças que parecem não enxergar o risco – mais uma vez – sério de mais pessoas perderem a vida pela absoluta ausência de estrutura. Não basta aumentar leitos, pois já não há profissionais suficientes para atendê-los de maneira eficaz.

O jeito é rezar, seguir as determinações básicas para tentar evitar o contágio e aguardar pacientemente até a vacina chegar, pois esta parece ser a única solução para a irresponsabilidade do brasileiro, incluindo aí centenas, milhares de toledanos.

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