Dengue e o esforço coletivo
Apesar de um alento nos últimos dias com a ‘refrescada’ no tempo, ainda assim os números de casos de dengue em Toledo e no Extremo-Oeste do Paraná demonstram ser necessária manter a atenção total para evitar um colapso ainda maior. Em praticamente todas as cidades da região há unidades de saúde super lotadas, hospitais operando no limite e, mais preocupante, profissionais do setor esgotados diante do trabalho extra. E isso apenas pouco tempo após uma pandemia de covid-19 que já havia deixado sequelas intensas entre aqueles que também adoecem, mas que precisam fazer um esforço a mais no sentido de ajudar quem mais precisa.
Um esforço nem sempre seguido pela população em geral, pois se cada um fizesse bem seu papel em cuidar do seu próprio quintal, quem sabe os números não seriam bem menores. Mas em Toledo pelo menos o que se tem visto é um desleixo, com vários pontos da cidade com lixo espalhado, objetos abandonados e prontos para se tornarem um ’santuário’ à reprodução do mosquito Aedes aegypti e, claro da dengue, uma doença que pode levar à morte caso não seja tratada da maneira adequada e a tempo.
Agora começa a chegar, ainda de maneira muito lenta, uma vacina. Mas daí é necessária a conscientização das pessoas em levar crianças e adolescentes – os por ora grupos prioritários – para receberem a dose tão logo ela esteja disponível. Essa é uma ação que não depende de políticas públicas. É a ação individual que contribui para o todo.
Porém, é preciso também que o poder público intensifique seus esforços nessa luta interminável contra a dengue. Por exemplo: de nada adianta a Prefeitura de Toledo pedir às pessoas para deixarem o lixo reciclável em frente às duas residências se o caminhão que faz a coleta demora dias para passar, quando não semanas, como tem acontecido com frequência no Jardim Gisela, para citar apenas um exemplo.
Também é preciso melhorar e ampliar as campanhas de conscientização e intensificar a fiscalização sobre quem insiste em não colaborar para que essa doença seja, enfim, controlada e seja possível, gradativamente, a pressão sobre os serviços de saúde – e sobre quem nele está inserido – vá sendo reduzida a ponto de todas as cidades conseguirem respirar aliviadas novamente.