‘Enxugando gelo’
O Ministério Público do Paraná, por meio dos Núcleos de Cascavel e Foz do Iguaçu do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo (Gaema), participou da Operação Westcida II. Também integraram a fiscalização agentes da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Água e Terra (IAT), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Militar do Paraná, por meio dos batalhões de fronteira (BPFron) e ambiental (BPAmb).
O objetivo desta verdadeira força-tarefa é combater a comercialização irregular e o uso indevido de agrotóxicos. Coordenada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a mobilização desta semana resultou na fiscalização de 110 propriedades rurais e estabelecimentos fabricantes e comerciantes de agrotóxicos, fertilizantes e sementes na região Oeste do estado e 75 veículos, com a apreensão de 45 toneladas de produtos ilegais e a aplicação de R$ 2,8 milhões em multas. O valor estimado das mercadorias apreendidas alcança R$ 10 milhões.
Além de agrotóxicos, foram apreendidas 46 toneladas de sementes ilegais de trigo e 15 toneladas de sementes piratas de aveia branca. Foram feitas 15 autuações – sete para produtores rurais (por uso, armazenamento e importação de agrotóxico ilegal) e oito para empresas (por armazenamento, produção e comércio de agrotóxico ilegal).
A fiscalização constatou que existe na região um esquema de comércio ilegal de fertilizantes, agrotóxicos e sementes. Surpresa? Nenhuma! E essa constatação parte dos próprios integrantes desta força-tarefa que reconhecem a necessidade de não apenas ampliar, mas de aperfeiçoar a forma de combate a esse e outros crimes numas das regiões mais complicadas para se fiscalizar em função do tamanho e das facilidades de acesso ao lago da Itaipu. É um verdadeiro ‘enxuga gelo’ de todos os lados para tentar reduzir a entrada de produtos ilegais no Paraná.
A tarefa não é nada simples, entretanto, nobre diante de sua importância não apenas pela questão econômica de curto prazo, mas pelos riscos que produtos como esses podem causar no agronegócio, uma das cadeias mais organizadas e de longe a mais importante do Oeste do Paraná.