Há espaço?
Ao longo dos últimos anos o futebol profissional no Brasil começou a acordar para uma realidade que em alguns países – da Europa principalmente – há tempos já acontece: é preciso profissionalizar a gestão, atrair investidores e, acima de tudo, oferecer ao público um produto de qualidade. Num mundo cada vez mais globalizado poucos ainda pagam para assistir jogos de qualidade duvidosa, sob um sol escaldante e sentado numa arquibancada de cimento e, acima de tudo, sem receber qualquer tipo de incentivo por isso.
Também no Brasil os espaços aos clubes menores estão ficando cada vez mais escassos justamente porque quase não há mais lugar para amadores ou aventureiros. Não basta apenas querer montar um time de futebol, é preciso um projeto, um objetivo mais bem definido e as quedas de gigantes do futebol tupiniquim estão aí como um alerta a quem ainda acredita na utopia de outros tempos.
O futebol de hoje é um negócio, um grande espetáculo onde o grau de exigência dentro e fora das quatro linhas apenas aumenta de acordo com o que se vê mundo afora.
Neste sentido chega a ser ousado o projeto apresentado esta semana na Câmara Municipal para a criação do Esporte Clube Toledo. Criado a partir de um grupo de 18 pessoas, a maioria com amplo conhecimento do mundo do futebol, o projeto quer tornar Toledo uma referência nacional em poucos anos. Pensando que nos resultados recentes de TCW e TEC é possível sonhar. Dois vice-campeonatos, vagas em Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil e uma exposição bastante grande não foram apenas sonhos, mas sim uma realidade para uma cidade economicamente forte e com destaque no cenário nacional graças ao seu agronegócio.
Claro que quando se fala de futebol, ainda mais o profissional, os resultados às vezes interessam mais que o projeto em si, entretanto, se a ideia deste novo clube é apostar no conceito e não no resultado em si, quem sabe dentro de alguns anos será possível sonhar uma vez mais com o Porco assustando dentro das quatro linhas.
Há espaço? Sim, desde que haja organização, resiliência, investimento e transparência, que é uma exigência da sociedade não apenas no mundo esportivo, mas em todas as ações. Boa sorte ao novo clube!
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