Ilhados
As mais recentes mudanças anunciadas pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior apenas reforçam o isolamento político atingido por Toledo nos últimos anos. Se antes a cidade sempre conseguiu manter sua representatividade, tanto na esfera estadual quanto federal, com a morte de José Carlos Schiavinato em abril do ano passado isso se esvaiu por completo. Brigas internas, disputas de egos, interesses pessoais foram, ano após ano, eleição após eleição, sendo cada vez mais decisivos nas escolhas dos principais grupos políticos da cidade que culminaram com essa situação de terra arrasada.
Enquanto Cascavel hoje tem amplo poder, cidades como Marechal Cândido Rondon e Assis Chateaubriand souberam aproveitar a brecha deixada pela turbidez no olhar político em Toledo. Hoje estas três cidades juntas concentram grande parte da força política regional, dando as cartas e mostrando um potencial difícil de ser superado. Toledo hoje está ilhada sob a ótica eleitoral.
A recuperação de espaço é possível? Não resta dúvida que sim, desde que as decisões corretas possam ser tomadas no tempo correto, algo que uma vez mais parece estar se repetindo diante da demora típica que tantos estragos promoveu no passado.
Mas não basta apenas mirar na eleição deste ano, até porque aparentemente só resta uma bala na agulha e o tiro precisa ser certeiro para a cidade começar a respirar de novo os ares do continente político. É preciso, de uma vez por todas, aprender com os erros repetidos e começar a forjar uma nova classe de líderes políticos, algo que quando se olha para o interior da ilha também não deixa perspectivas das mais positivas diante do curriculum de quem aí está.
Ilhados e sem muitas opções, os eleitores toledanos terão uma difícil escolha em outubro deste ano, afinal, para recuperar a ponte ligando às decisões importantes para o futuro será preciso fazer uma escolha e esta precisa ser feita com extrema sabedoria, sob o risco da ilha se apequenar ainda mais e tornar este processo mais longo do que deveria ser.
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