Mais cargos?
A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná, entidade que representa 296 Associações Comerciais no Estado do Paraná, que envolve um universo de mais de 60 mil empresas, emitiu um comunicado oficial onde ratifica sua posição de desacordo em relação à aprovação dos Projetos de Lei que criam cargos na Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça e Ministério Público do Paraná, em virtude do grande custo ao erário público em meio à crise financeira do período pós-pandêmico. Serão mais de 500 cargos a serem criados, salvo haja um veto do governador Ratinho Junior à proposta que é, no mínimo, indecorosa diante do atual cenário.
Como bem aponta a Faciap, o fato de existir orçamento para a criação de tais cargos – como alegam alguns parlamentares – não se justifica, haja vista que esse recurso pode ser melhor aproveitado em ações em defesa da população. Chega a ser irônica a posição dos nobres parlamentares, em véspera de uma eleição, aprovarem um projeto aumentando cargos, ainda mais diante do atual cenário de crise econômica e social pela qual passam muitos setores da economia. É a mesma base utilizada para o projeto aprovado com o aumento dos salários do prefeito de Toledo, assim como de seu vice e secretários. Argumentos rasos para uma posição prepotente, autoritária.
Os deputados, assim como os vereadores, deveriam desenvolver atividades de representação de interesse e direitos dos cidadãos e têm, sim, a obrigação de prestar os devidos esclarecimentos à sociedade sobre as decisões no exercício do mandato e, principalmente, como comprometimento do orçamento público, cuja fonte são os tributos pagos pelos contribuintes pessoas físicas e jurídicas. Não se pode mais permitir que em pleno Século XXI ainda existam pessoas se achando acima do bem e do mal ou que não querem prestar contas à sociedade.
Neste sentido é papel das entidades representativas, assim como também da imprensa, fazer as devidas cobranças para que projetos como este, que aumenta o custo da máquina pública, sejam reduzidos ao máximo, ainda mais diante de uma gestão pública em geral ineficiente, atrasada, inchada e cara demais para a qualidade do serviço prestado. Mais cargos? Para que? Apenas para aumentar o tamanho do guarda-roupas a fim de acomodar o inúmeros cabides.