No Brasil continente a sociedade se acostumou a obras faraônicas. O maior estádio do mundo, a maior hidrelétrica do mundo, a gigantesca daqui, a monumental de lá e, entre uma baboseira e outra, a realidade é que obras públicas no Brasil são quase sempre uma tragédia. Anunciada! Isso por um simples fato: o brasileiro quer ver a obra sendo erguida, a que custo ou quem será o responsável por ela no futuro pouco importa. Vale mais o êxtase do momento e a massagem no ego por ter erguido alguma coisa em algum lugar, como fossem apenas obras a missão do gestor público.
Não que obras não sejam importantes. São, desde que sejam erguidas para efetivamente trazer algum benefício à sociedade. No Brasil real, entretanto, os únicos beneficiários são os bolsos de empreiteiros e políticos mal intencionados que, com superfaturamentos e aditivos quase eternos atravancam o desenvolvimento, prejudicam o presente e comprometem o futuro. Há tempos o JORNAL DO OESTE vem denunciando o descaso com obras públicas em Toledo.
Na edição deste fim de semana trata-se da Escola Municipal Carlos Friedrich, no Jardim Coopagro, que teve duas salas de aula interditadas. A ela somam-se tantas outras notícias, como a demora na construção da Escola Estadual no Jardim Gisela; a reforma interminável do antigo prédio do Colégio Olivo Beal, onde deveria funcionar a sede do Núcleo Regional de Educação; o Hospital Regional que não termina nunca; sem mencionar tantos outros pequenos problemas que, somados, tornam-se grandiosos como as obras citadas no início deste texto.
Não se consegue sequer fazer a manutenção decente naquilo que existe e ainda assim a ânsia de erguer novas construções parece dominar o cenário político brasileiro, Obras são anunciadas com toda pompa e circunstância, nem que na inauguração de algumas os ‘autores’ sequer estejam vivos para contemplar a grandiloquência bizarra do gestor público que, fosse o Brasil um país sério, certamente muitos deveriam estar atrás das grades. Mas como o Brasil segue sendo o Brasil…
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