Mudança de comportamento
Reportagem do JORNAL DO OESTE esta semana mostrou que muitos toledanos estão dispostos e adotar métodos alternativos de transporte em função dos últimos aumentos no preço dos combustíveis. Numa cidade onde o uso de bicicletas é grande, quem sabe essa ‘nova onda’ poderá provocar uma mudança de comportamento não apenas entre os usuários, mas até mesmo na administração pública na adoção de novas ferramentas para facilitar a locomoção por parte de quem pensa não apenas no próprio bolso, mas até mesmo na saúde.
Não basta apenas aumentar o número de ciclovias, mas também torná-las mais seguras e confortáveis aos usuários. O melhor exemplo é o da Avenida Parigot de Souza onde há dois modelos e nenhum deles agrada aos ciclistas. Em outras ruas e avenidas há ciclovias ou ciclofaixas, com mais reclamação que elogios.
Não basta também apenas apostar nas ciclovias. Passou da hora de Toledo repensar seu modelo de transporte público, hoje com veículos defasados, linhas complicadas e horários ruins. Numa cidade onde na maior parte do tempo o calor é insuportável não haver um ônibus sequer com ar-condicionado é, no mínimo, um desrespeito ao usuário. Quem sabe com veículos mais confortáveis e rápidos – daí a necessidade de mais faixas exclusivas e itinerários mais ágeis – e com mudanças pensando mais no usuário o número de pessoas adotando o transporte público não possa subir.
E o toledano também precisa começar a pensar no uso compartilhado de veículos ou na boa e velha carona. Pessoas que moram próximas e que poderiam dividir o deslocamento preferem cada um andar em seu próprio veículo, tumultuando o já caótico trânsito toledano nos horários de pico e tornando ainda pior a sensação de quem precisa diariamente estar nas ruas.
A mudança de comportamento não pode ser feita apenas em momentos urgentes, como este por causa do aumento de combustíveis. Investir em alternativas ao deslocamento é hoje um desafio mundial e quanto mais cedo as cidades conseguirem se adaptar, melhor será a convivência em sociedade num futuro nem tão distante assim.