Números e leitos
No domingo (30), de acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, Toledo teve mais um dia triste com o registro da morte de uma senhora de 81 anos por Covid-19. Ela havia sido internada no último dia 20, sendo transferida para leito de UTI dois dias após, com evolução para óbito no início da manhã da última terça-feira (25), mas a confirmação saiu apenas ontem. Esta foi a terceira morte confirmada nos últimos dias, desde que este novo ciclo da pandemia da doença se instalou em Toledo.
Enquanto isso houve um ‘empate técnico’ entre o número de novos casos e recuperados no domingo, com 294 novos casos da doença e 296 pacientes recuperados. Apesar disso os pacientes ativos seguem em alta, com 4.143. testes em análise eram apenas 78, mas isso tem explicação por ser fim de semana e os laboratórios particulares estarem fechados.
Diante desta nova escalada, ontem (31), um total de 14 leitos de enfermaria exclusivos para pacientes com Covid-19 foram abertos no Bom Jesus. Esses leitos, até o momento, são os únicos da área de abrangência da 20ª Regional de Saúde. O Bom Jesus busca atender o pedido da Sesa de acordo com a demanda. Neste momento, a maior parte dos pacientes que precisa de atendimento é de enfermaria, diferente de antes que era de UTI. A superintendente do Hospital Bom Jesus, Zulnei Bordin, reforça o compromisso da unidade em auxiliar no combate à Covid-19 no âmbito da 20ª Regional de Saúde.
Aliás, não se pode reclamar do Bom Jesus que, desde o início desta pandemia tem mantido o serviço de atendimento aos pacientes, interrompido no fim do ano passado por uma decisão do Governo do Estado que, por uma opção política, preferiu manter os leitos de UTI Covid no Hospital Beneficente Moacir Micheletto, em Assis Chateaubriand. Não existe outra explicação a não ser a pressão política de forças hoje inexistentes em Toledo diante da falta de representatividade na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná.
Os números superlativos de Toledo nos últimos dias reacendeu a preocupação das autoridades sanitárias e a reabertura de leitos, mas agora de enfermaria, é um sinal claro disso. Números e leitos estão diretamente ligados um ao outro e as decisões políticas nem sempre combinam com a necessidade urgente da saúde pública.