O bairrismo inteligente
Na edição de ontem, o JORNAL DO OESTE mostrou alguns empreendedores de Toledo que aderiram ao programa Feito no Paraná, uma iniciativa do Governo do Estado que conta com o apoio do Sistema Fecomércio e da Faciap. A ideia é bastante simples: valorizar os produtos feitos no Paraná. É o bairrismo inteligente, afinal, quanto mais se comprar produtos paranaenses, mais empregos serão gerados, mais impostos, mais dinheiro circulando. E tudo isso internamente. Os Estados Unidos são campeões nessa valorização de seus produtos e não se tornaram a potência que são por mera obra do acaso. Sim, existe o protecionismo exagerado em alguns pontos, entretanto, os norte-americanos valorizam aquilo que é deles, enquanto os brasileiros em geral cultuam aquilo que vem de fora.
No caso do Paraná é a mesma coisa. Talvez pela própria formação do estado, os paranaenses têm dificuldade em ter uma identidade própria. Basta observar a região oeste, onde a cultura gaúcha predomina. No sudoeste não é diferente. No norte há forte influência paulista. O estado é uma ‘colcha de retalhos’ quando o assunto é a formatação de uma cultura própria, paranaense da gema como se costuma dizer.
Neste sentido o Governo do Paraná acertou a mão, pois através da economia pode ser que se inicie um movimento de fortalecimento das coisas paranaenses. Até porque essa autofagia não se verifica apenas no campo cultural ou econômico. Há fortes reflexos na política e em outros setores, prejudicando o desenvolvimento pleno de um dos estados mais fortes economicamente falando e que tantos bons exemplos dá a um país acostumado a tantos escândalos e tantas coisas ruins.
O bairrismo inteligente que vem sendo construído através do governo, mas com o apoio fundamental da iniciativa privada, pode elevar o Paraná a um status de relevância ainda maior, ocupando espaços onde antes era impossível diante das falta de incentivo. Quem sabe agora o Feito no Paraná irradie uma onda positiva e isso também se reflita para um, quem sabe, Feito em Toledo, pois essa autofagia estadual também se revela em nível local.
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