O oeste se levanta
A sexta-feira (29), em Cascavel, marcou mais um passo rumo ao levante no oeste do Estado do Paraná contra a tirania do modelo de pedágio que está sendo proposto para substituir o nefasto atual modelo de concessão, onde quem praticamente ganhou ao longo das últimas décadas foram empresas nem sempre comprometidas com o desenvolvimento ou a melhoria das estradas paranaenses, mas sim encher o bolso de dinheiro vivo, em espécie, todos os dias do ano durante as 24 horas. Sem descanso, as concessionárias sangraram – e sangram – os milhares de motoristas que diariamente precisam pagar preços europeus para trafegar em estradas tipicamente brasileiras.
A criação da Frente Parlamentar, com vereadores de toda a região, é mais uma demonstração do quanto a sociedade do oeste pretende discutir à exaustão o modelo a ser implantado, afinal, uma das regiões mais ricas do país não pode ficar refém de tarifas abusivas ou de um excesso de praças a ponto de inviabilizar novos investimentos e tornar os produtos aqui produzidos tão mais caros e ponto de se perder a competitividade, algo já difícil de manter diante dos impostos e taxas tão ou mais fétidos quanto este modelo de pedágio desequilibrado.
Ao contrário de outras bandeiras esdrúxulas, como a famigerada ‘O sul é meu país’, este levante contra o pedágio não é apenas necessário: é a prova inequívoca da força que a sociedade tem quando age de maneira organizada através de seus legítimos representantes. E nem se está falando da classe política em si que não faz mais que sua mínima obrigação em defender os interesses de quem a elege. As entidades de classe, sejam elas sindicatos ou então federações ou associações, unidas, podem sim pressionar a ponto de um novo modelo ser adotado ou então fazer os ajustes necessários a fim de tornar este que aí está menos injusto.
O oeste se levanta de maneira organizada, racional, educada. Os protestos até agora estão sendo feitos dentro da diplomacia, da razoabilidade. Agora, caso não haja nenhum sinal de mudança, será preciso repensar essa estratégia e, quem sabe, organizar um levante um pouco mais, digamos, tradicional. Não se trata de incitação à desordem, mas uma resposta à maneira desigual com a qual o oeste do Paraná sempre foi tratado ao longo dos tempos, mas que agora não pode mais se manter porque o este merece respeito…o Paraná merece respeito!
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