Diante de muita polêmica, discussão, ironia, ameaças e, claro, uma verborragia desnecessária, o Projeto de Lei 54/2022 foi – enfim – aprovado por maioria na Câmara Municipal de Toledo na sessão ordinária desta segunda-feira (2). E a proposta tinha mesmo de ser aprovada, afinal, sob a ótica da legalidade não havia problemas, embora a tramitação do projeto e o índice proposta possam ser objeto de contestação, assim como o prazo para este aumento, ou reposição, ou recomposição, ou seja lá o nome que quiserem dar. Verdade é que nem sempre o poder público pode ser regido apenas com a legalidade em foco, pois questões morais também são componentes importantes para quem administra.
Mas o projeto passou e não se esperava outra coisa diante da pressão colocada sobre os vereadores para que essa proposta fosse discutida a toque de caixa, de preferência no mais absoluto anonimato. Como fosse possível discutir algo desta magnitude sem esperar a repercussão negativa que o caso ganhou. E a pressão foi tamanha que fatos de meses atrás foram relembrados numa tentativa rasteira de tentar desviar o verdadeiro foco do projeto: na prática o aumento dos salários sim! Até porque não foram poucos os secretários que publicamente defenderam a proposta com um argumento bastante sólido: a defesa do próprio bolso!
Triste, entretanto, é observar a hipocrisia de alguns agentes públicos, assim como a omissão de outros num assunto de tamanha relevância. Enquanto alguns preferiram o caminho fácil do silêncio total, outros preferiram o voto fácil em troca de favores com os amigos do rei, isso quando não diretamente com vossa alteza. E agora?
Bom, agora é esperar que este aumento traga um pouco de paz, porque a alegação oficial era agradar a uma pequena parcela de médicos que se sentiam deixados de lado por não receberem aumento e estarem limitados pelo ‘teto’ constitucional do salário do prefeito que também passará a receber um salário mais ‘polpudo’, assim como também deverão ser as cobranças sobre ele, o vice e toda sua equipe, equipe que poderá crescer dentro de mais alguns dias com outro projeto de aumento de cargos. Ah, claro, com aumento de despesas.
