O risco sobre duas rodas
Aos poucos eles ganham mais e mais espaço no cenário urbano. Diante da facilidade de locomoção, baixo custo, manutenção fácil e, claro, a sensação de liberdade que passam, os patinetes elétricos se transformaram num meio de transporte urbano até mesmo em Toledo. Porém, este crescimento trouxe também uma série de debates sobre segurança, especialmente quando o assunto são os menores de idade.
No caso de Toledo, dois recentes casos de acidentes gravíssimos envolvendo adolescentes acalorou ainda mais o debate por envolver menores. Por um lado, a proibição total do uso de patinetes por menores pode parecer a solução mais simples para evitar tragédias. No entanto, essa medida pode cercear a liberdade de locomoção dos jovens e limitar suas experiências. Além disso, a tecnologia pode ser uma aliada na educação para o trânsito, com aplicativos que monitoram a velocidade e a localização dos patinetes, por exemplo.
Um fato, entretanto, é inegável: a falta de experiência, a impulsividade e a busca por emoções características da adolescência aumentam o risco de acidentes ao pilotar um patinete elétrico. A velocidade, a falta de uso de equipamentos de proteção e a imprudência ao compartilhar a via com outros veículos e pedestres são fatores que contribuem para um cenário preocupante.
Nos dois casos recentes em Toledo a falta do uso do capacete agravou um quadro que naturalmente é preocupante quando envolve acidentes com veículos sobre duas rodas.
É preciso que os pais e responsáveis orientem os filhos sobre as regras de trânsito, a importância do uso de capacete e a necessidade de respeitar os limites de velocidade, assim como do fluxo do trânsito.
Mas e onde fica a responsabilidade do poder público? No caso de Toledo a única ciclovia em condições hoje fica na Avenida Parigot de Souza e as ciclofaixas existentes em outros tempos foram ‘engolidas’ pelos tachões espalhados em todos os cantos da cidade e que ajudam a criar um ambiente ainda mais perigoso em algumas vias.
O uso de patinetes elétricos por menores é um tema complexo que exige uma abordagem mais ampla, pois apenas a proibição total não é a solução ideal. É preciso estabelecer regras claras e fiscalizar seu cumprimento. A educação, a conscientização e a criação de infraestrutura adequada são fundamentais para garantir a segurança dos jovens e promover a convivência harmoniosa entre diferentes modos de transporte.