Os efeitos a longo prazo
Deixemos de lado os exageros. Deixemos de lado as previsões apocalípticas. Deixemos de lado os exercícios de adivinhação. Deixemos de lado as ideologias. Agora analisemos os fatos concretos, que estão aí uma vez mais batendo à nossa porta e alertando o mundo inteiro sobre a necessidade de uma mudança de comportamento quando o assunto é a sustentabilidade. Não se trata de uma volta ao passado por completo, um abandono de tudo que se avançou até hoje, entretanto, se nada for feito parece mesmo o mundo caminhar para as cenas cinematográficas tão exploradas pelos filmes que abordam este assunto.
O calor excessivo desta época do ano tem trazido efeitos devastadores não apenas para a saúde das pessoas, mas começa a afetar a própria economia, como mostrou reportagem do JORNAL DO OESTE sobre o atraso no plantio da próxima safra, fruto da estiagem prolongada e das temperaturas muito acima do padrão para esta época do ano.
Nos estados do Mato Grosso e o Paraná, principais regiões produtoras de soja no Brasil, o plantio já está liberado. No entanto, a estiagem pode fazer com que os produtores posterguem o início da safra. Na última segunda-feira (9), por exemplo. o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) indicava a possibilidade de chuva a partir desta sexta-feira (13) seguindo até domingo (15). A previsão é de sol com nuvens na próxima segunda-feira (16) e terça-feira (17). As chuvas podem retornar em 18 de setembro e seguem até dia 20.
Isso talvez ajuda a acelerar o plantio, todavia, é outro alerta não apenas ao campo, mas principalmente à cidade, onde as áreas permeáveis seguem sendo ignoradas e soterradas por mais e mais construções, não dando espaço para que a terra ‘respire’.
No campo o Brasil, embora haja uma imagem distorcida, há muita preservação ambiental sim. No Oeste a Itaipu Binacional, com seu projeto Cultivando Água Boa recuperou muitas áreas degradadas e, mais que isso, ensinou a importância de manter áreas preservadas, em especial na proteção das nascentes para que a água, tão primordial a quem produz, não falte nunca. Resta os demais setores aprenderem e colocarem em prática suas lições.