Passou do limite!
A morte do guarda municipal Marcelo Arruda, assassinado a tiros em Foz do Iguaçu, na noite do último sábado (9), mostra o atual grau de desestruturação do país. O guarda municipal foi morto enquanto comemorava o aniversário de 50 anos em uma festa com o PT e Lula como temas da decoração. ‘Esquerdopatas’ e ‘Direitopatas’ doentes se revezam nos ataques, até sábado, apenas da verborragia que há tempos domina o cenário político, mas que agora começa a ganhar contornos preocupantes. Enquanto a disputa estava restrita a quem mais vendia toalhas com seu rosto, até era tolerável e cômico por um lado. Mas quando lados opostos no campo político trocam tiros o sinal já disparou há muito tempo e ninguém percebeu.
Não adianta agora ficar debatendo quem tinha ou não razão nesta história trágica, até porque nenhum dos lados está 100% certo. Ambos estão errados e isso custou uma vida. Independente de paixões partidárias, uma vida se foi. Adianta saber quem está certo ou errado? Vai mudar alguma coisa?
O Brasil caminha a passos largos para se tornar uma nação dividida. Mas isso não é fruto de algo que surgiu do nada, do dia para a noite. O momento atual vem sendo ‘construído’ – ou ‘destruído’ – paulatinamente, através de ideologias plantadas de maneira sorrateira, com programas que aumentam a dependência do cidadão ao Estado paternalista, com ações que reforçam a sensação de impunidade a quem age de maneira ilegal, enfim, uma série de aberrações sucessivas sem que houvesse por parte da população em geral qualquer tipo de reação.
Triste ainda observar os dois principais concorrentes à Presidência da República acirrando ainda mais ânimos acalorados. Bolsonaro e Lula deram declarações sobre o episódio nesta segunda-feira. Ambos atiraram pedras ao lado contrário, afirmando que a culpa pela morte era do adversário.
A culpa pela morte é da insanidade que domina um país forjado por sua diversidade, pelo amor ao próximo, por valores que levavam em conta o calor humano. Hoje o que se vê nas ruas – e na terra de ninguém das redes sociais – são grupos se digladiando como se não houvesse amanhã e onde o certo e o errado caminham lado a lado a ponto de mortes começarem a acontecer e, ao invés das pessoas se chocarem com isso, preferem culpar uns aos outros. Passou do limite!