Protesto saudável

Com um cenário financeiro preocupante, as Santas Casas e hospitais filantrópicos farão uma paralisação e reagendamento de procedimentos eletivos em todos os hospitais filantrópicos do Brasil a partir desta terça-feira (19). A mobilização está sendo organizada pela Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) e promete reunir federações e instituições contra a grave situação que enfrentam pela defasagem na tabela do Sistema Único de Saúde, que há décadas não é reajustada e vai ‘comendo’ lentamente a condição de manutenção dessas instituições, agravada ainda mais com a pandemia da Covid-19.

É o caso do Hospital Bom Jesus, em Toledo, referência para atendimentos de urgência e emergência na área de abrangência da 20ª Regional de Saúde e que também não realizará cirurgias eletivas como forma de protesto. Nada menos que 315 hospitais filantrópicos fecharam as portas durante a pandemia no Brasil e o Bom Jesus só não o fez graças ao empenho da gestão da Hoesp, ao esforço dos próprios colaboradores e, claro, o engajamento da comunidade que compreende a importância desta instituição para o atendimento gratuito em saúde pública.

Para se ter uma ideia da gravidade da situação, em maio do ano passado o Governo Federal havia prometido o aporte de R$ 2 bilhões em caráter emergencial, entretanto, até agora esse dinheiro não chegou às instituições filantrópicas, que seguem realizando os atendimentos e agravando ainda mais uma situação que há tempos é delicada sob a ótica financeira.

No caso da Regional, não adianta pensar que hospitais menores conseguirão absorver toda a demanda hoje atendida pelo Bom Jesus, portanto, o protesto de hoje precisa servir também para a própria sociedade enxergar o que acontece dentro do sistema público de saúde no país e cobrar de suas lideranças política uma solução, afinal, muito se arrecada em impostos e taxas, porém, o retorno ao invés de vir na forma de novos serviços oferecidos ou na melhoria do já existente, tem servido em geral para manter benefícios e ‘mimos’ a uma classe que a cada novo dia parece não enxergar a dura realidade. E aí não apenas dos hospitais, mas da esmagadora maioria da população.

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