Renunciar foi a solução. Não a saída!
O que já era esperado se confirmou ontem (29), quando Gilson Francisco renunciou ao cargo de vereador na Câmara Municipal de Toledo. Sua situação, desde que surgiram as denúncias do ex-assessor parlamentar Valderi Geovani Muler, só foi se tornando cada dia mais insustentável diante da sucessão de acontecimentos que culminou na semana passada com a decisão da Justiça em acatar – de maneira parcial – o pedido do Ministério Público do Paraná e afastar o vereador de suas funções, assim como proibi-lo de frequentar as dependências do Legislativo ou se aproximar de qualquer pessoa ligada às denúncias.
Como se não bastasse, outra decisão da Justiça, mas esta em caráter definitivo em segunda instância, jogou por terra qualquer chance de se manter no cargo por dois motivos: o primeiro por causa da Lei da Ficha Limpa, que prevê o afastamento do cargo de qualquer agente público com decisão transitada e julgada, como é o caso do agora ex-vereador; segundo pela gravidade da acusação envolvendo atos libidinosos com duas menores. Nem a mais permissiva sociedade perdoa este tipo de comportamento.
Renunciar foi a solução, entretanto, não é a saída para o cidadão Gilson Francisco, que segue respondendo por ambos os crimes, sendo que no caso das menores já há uma condenação e previsão de quase cinco anos de prisão. O que será de seu futuro, infelizmente, somente o tempo poderá responder, entretanto, mais este triste episódio envolvendo renúncia de vereadores deveria fazer a sociedade de Toledo refletir algumas questões políticas.
Deveria, porém, na prática ainda teremos outros exemplos como esses, assim como tivemos tantos outros que renunciaram ou então não deixaram saudades na história do Legislativo, manchando a história de uma cidade que sempre se orgulhou de seus feitos, mas que de uns tempos para cá tem sucumbido quando o assunto é política local.
Gilson Francisco deveria servir como exemplo para uma mudança de comportamento de tantas lideranças que se dizem preocupadas com o desenvolvimento e o futuro de Toledo, mas que se escondem atrás do manto da hipocrisia quando são chamados a darem uma parcela à política local. O espaço aí está e será ocupado por 19 pessoas, sempre a cada nova eleição. Cabe à sociedade escolher quem serão seus representantes, mas essa decisão não começa no dia da eleição e sim na escolha dos candidatos, como acontecerá de novo em 2022. Ainda há tempo de uma profunda reflexão para a cidade uma vez mais não ver sua tão linda história ser manchada com um novo pedido de renúncia.
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