Segue o baile!
Sete ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram nesta quarta-feira (10), a favor de um reajuste de 18% dos próprios salários, o que eleva de R$ 39 mil para R$ 46 mil o valor recebido mensalmente pelos membros da Corte Suprema. O aumento no salário dos ministros vai provocar o chamado “efeito cascata”, elevando também os vencimentos de desembargadores e juízes. Os ministros também votaram um aumento com o mesmo porcentual para os servidores do Poder Judiciário.
O aumento de 18% foi proposto pela área técnica do Supremo em contraposição à proposta da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), que havia cobrado um reajuste de 40% alegando perdas inflacionárias nos últimos anos. A Corte definiu que o novo valor do salário dos ministros será implementado em quatro parcelas sucessivas pagas nos seguintes meses: o a primeira em abril de 2023, a segunda em agosto de 2023, a terceira em janeiro de 2024 e a última em julho de 2024.
Num período onde o cidadão comum ainda tem o ‘lombo ardido’ com os efeitos da pandemia, alguns inclusive ainda sem conseguir sequer um mísero emprego para receber um salário mínimo – R$ 1.212,00, além do Auxílio Brasil, é claro – é duro acompanhar este tipo de discussão. Este aumento, mesmo que escalonado, acentua ainda mais o abismo entre o mundo real e do cada vez mais encastelado STF e seus togados ministros que estão pouco se lixando para os pobres mortais do lado de cá da trincheira, que diariamente precisam enfrentar os reflexos das decisões absurdas tomadas por um Supremo desconectado da realidade.
Quando se ouvem manifestos contra algum poder constituído há quem se espante, se assuste e se indigne. E há razão para isso, afinal, quando se trata do estado democrático o respeito aos poderes constituídos é o mínimo que se espera de qualquer cidadão, todavia, os ocupantes destes poderes igualmente precisam passar à nação a imagem que merecem ser respeitados. Magistrados que pedem 40% ou autorizam para si próprios aumentos de 18%, sabedores dos reflexos que isso causará, convenhamos, é um desrespeito. Mas segue o baile!