Sem liberdade de imprensa, não há democracia

“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”. A frase é uma das preferidas pela maioria dos professores de Jornalismo e é atribuída ao escritor e jornalista inglês George Orwell, autor de “Revolução dos Bichos” e “1984”, dois ícones da literatura e uma espécie de antevisão do atual mundo no qual vivemos. Mas a frase, de acordo com alguns estudiosos, teria sido escrita por William Randolph Hearst, que nasceu em 1863 e em 1887, assumiu a direção do San Francisco Examiner, um diário que seu pai havia adquirido sete anos antes. Em 1895, comprou o New York Morning, ele adquiriu até 1930, seu apogeu, 28 diários e 18 revistas. Uma espécie de Assis Chateaubriand, só que nos Estados Unidos.

Mas por que tanta ‘filosofia’ em cima de uma frase? Porque ontem, 1º de junho, comemorou-se o Dia da Imprensa. No Brasil, o Dia da Imprensa se comemorava, até 1999, no dia 10 de setembro, por ser a data da primeira circulação do jornal Gazeta do Rio de Janeiro, em 1808, periódico da Corte.

Em 1999, porém, através da Lei 9.831, de 13 de setembro, a comemoração do Dia da Imprensa mudou de data e passou a ser celebrado no dia 1º de junho porque foi a data em que começou a circular o jornal Correio Braziliense, fundado por Hipólito José da Costa.

Seja quem for o autor da frase acima, seja qual o motivo, importante é ainda existir uma data para celebrar a imprensa, esta sim a verdadeira base de uma democracia sólida. Os constantes – e muitas vezes gratuitos e covardes – ataques à imprensa são em geral realizados nos países onde ainda não se maturidade suficiente para perceber que é justamente através da imprensa ser possível denunciar, averiguar, apurar, investigar, enfim, sair da resposta oficial em busca de uma verdade muitas vezes disfarçada em relatórios sem fim, em palavras eloquentes, em discursos vazios.

Mas é claro que isso incomoda, em especial quem detém o poder, seja ela de qualquer natureza. Mas o papel da imprensa é justamente este, de também incomodar, de apontar o dedo para as feridas a fim de fazê-las ao menos cicatrizar. Mas num país onde o respeito ao contraditório e o diálogo estão cada vez mais escassos, não chega a ser novidade tanta ódio também contra a imprensa, como fosse possível haver democracia sem imprensa.

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