Tempo de passagem e reflexão
A palavra Páscoa se origina do latim Pascha, que deriva do hebraico Pessach/Pesach, que significa “a passagem”. Essa “passagem” está descrita no Antigo Testamento como a libertação do povo israelita da escravidão no Egito. A Páscoa era celebrada pelos judeus para comemorar a liberdade conquistada pelo seu povo. Já no Novo Testamento, a Páscoa é a celebração da passagem da morte para a vida, através da ressurreição de Jesus Cristo. Independentemente de ser ou não uma questão religiosa, fato é que a Páscoa ajuda a refletir sobre o momento pelo qual estamos passando e, quando ainda vivemos tempos incertos, nada melhor que parar e refletir.
Não especificamente sobre a questão da pandemia do novo coronavírus que tantas lições busca ensinar todos os dias, mas, infelizmente, uma boa parcela das pessoas ainda não decidiu aprender. Mesmo após tantas mortes, mesmo após tantos recados, ainda assim a doença é encarada com uma irresponsabilidade e uma demagogia absurda, mesmo para os padrões brasileiros que nem sempre se moldam àquilo que é o correto.
Não, é preciso refletir sobre a passagem que o Brasil vive e o que é possível esperar do futuro. Diante dos últimos acontecimentos, é quase inimaginável não pensar sobre quais os rumos a nação segue tomando. Ou melhor: não tomando!
O mundo não gira em torno apenas da Covid e, ao menos aqui no JORNAL DO OESTE, diariamente se buscam notícias tão ou mais importantes que a de uma doença que a sociedade já deveria ter aprendido a lidar com maior eficiência, até para mostrar ser necessário abrir os olhos para outros acontecimentos cujos reflexos interferem – e muito – na vida do cidadão, como é a questão do pedágio no Paraná, assunto que não vem sendo tratado com a seriedade que merece, colocando mais uma vez em risco o estado como um todo diante do cenário nebuloso que se avizinha. O novo modelo de concessão deverá entrar em vigor em novembro deste ano e a classe política mais parece interessada em criar desculpas sólidas a serem usadas na campanha eleitoral de 2022 a efetivamente criar estratégias capazes de mudar um modelo que parece estar pronto e contando os dias para ser colocado em prática.
E assim também acontece com vários outros assuntos que estão sendo deixados de lado pela esmagadora maioria da população, sob pena de termos um futuro ainda pior, ou alguém se atentou para o aumento de 170% dado pelos deputados federais a eles próprios no plano de saúde recentemente? Pois é, quem sabe a Páscoa não reacenda no brasileiro o sentimento de reflexão porque mais uma vez passamos em branco.
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