Tirando a máscara e esquecendo do mosquito
O boletim semanal da dengue publicado na terça-feira (5) registra mais 3.725 casos da doença no Paraná, um aumento de 47% em relação aos números do informe anterior, de 29 de março. Em Toledo, de acordo com dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde nesta quinta-feira (7), havia 289 casos de pessoas contaminadas, sendo 11 de contaminação em outros municípios, além de outros 178 em análise. No total são 300 casos de dengue já confirmados em Toledo.
Os bairros com o maior número de casos são o Centro (42), Vila Paulista (28), Jardim Pancera (24), Jardim Panorama (24) e Boa Esperança (23). Há três localidades com mais focos de dengue: Jardim Coopagro (60), Santa Clara I (5) e Jardim das Orquídeas (50). Como dá para perceber claramente, os números subiram muito rápido em pouco tempo e as condições climáticas previstas para os próximos dias só reforça o temor de uma nova epidemia da doença, a exemplo do que ocorreu há cerca de três anos, quando foi necessário o uso do fumacê para amenizar a situação.
Situação que poderia ser melhor se houvesse maior conscientização por parte de uma boa parcela da sociedade que insiste em jogar lixo em terrenos baldios, insiste em manter nos próprios quintais utensílios que facilitam a proliferação do mosquito transmissor da dengue, assim como quem simplesmente ignora por completo a doença. É aquela velha sensação de que o problema jamais me atingirá. Mas uma hora chega!
Com a Covid foi a mesma coisa, até se chegar a ações extremas, como o fechamento do comércio, o uso de máscaras, entre outras atitudes para frear o avanço de uma doença devastadora. Agora as pessoas estão tirando a máscara e esquecendo o mosquito, pena que ele, o mosquito, não tenha esquecido das pessoas.
O problema da dengue é real e imediato, por isso é necessário não apenas reforçar campanhas de conscientização ou a própria fiscalização dos agentes de endemias. É preciso criar mecanismos mais eficazes, como a aplicação de multas pesadas para quem for reincidente em ter focos do mosquito em sua residência, empresa ou terreno vazio. Mas não adianta apenas ameaçar. É preciso fiscalizar, cobrar e dar o exemplo.